O casal de galhetas, a “Ave do Ano 2017”, seguido pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) recebeu as duas primeiras crias. No ninho encontra-se mais um ovo que deve eclodir em breve.
Na ilha da Berlenga, a postura dos ovos iniciou-se a 12 de março e desde então estiveram a ser incubados alternadamente pelos progenitores, tendo as crias de galheta, eclodido no sábado passado, dia 15 de abril e na terça-feira, dia 18 de abril. Estes são 2 dos 3 ovos postos no ninho que a equipa do Life Berlengas está a seguir.
Segundo Joana Andrade, coordenadora do projeto, “esta é a primeira vez que podemos acompanhar em direto o dia a dia de uma família de galhetas, e acompanhar o crescimento das pequenas crias desde a sua eclosão. Na altura em que as jovens galhetas abandonarem o ninho, poderemos instalar a câmara novamente num ninho de cagarra, à semelhança do ano passado, e comparar as diferenças entre os hábitos destas 2 espécies que nidificam na Berlenga.”
A maior colónia reprodutora de galheta em Portugal localiza-se no arquipélago das Berlengas, com uma população estimada em 75 casais, apresentando um ligeiro decréscimo a curto e longo prazo (dados de 2015). No Continente, também nidifica pontualmente ao longo da costa rochosa a sul do cabo Carvoeiro, onde constrói o ninho em plataformas, fendas ou grutas geralmente abrigadas. Classificada como Vulnerável pelo Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal, pouco se sabe acerca do tamanho da população nacional atual, dado que o último censo data de 2002, altura em que foram estimados 100 a 150 casais reprodutores. É também por esta razão que este ano, no âmbito da Campanha da Ave do Ano 2017 e do III Atlas das Aves Nidificantes que está a decorrer o Censo Nacional e Ibérico desta espécie.
A monitorização da população de galhetas do arquipélago das Berlengas faz parte do projeto Life Berlengas, um projeto coordenado pela SPEA, em parceria com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), a Câmara Municipal de Peniche, a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, tendo ainda a ESTM do Instituto Politécnico de Leiria como observador.