A biodiversidade nas áreas protegidas das florestas tropicais poderá estar a sair-se melhor do que se esperava, segundo um estudo publicado no jornal PLOS Biology, designado por “Standardized Assessment of Biodiversity Trends in Tropical Forest Protected Areas: The End in Not in Sight”. Foram monitorizadas 224 espécies de mamíferos e aves terrestres em 15 áreas protegidas de regiões tropicais na América Central e do Sul, África e Sudoeste Asiático. Analisaram mais de 2,5 milhões de imagens capturadas por mais de 1.000 máquinas fotográficas e descobriram que 17% da população animal aumentou em número e 22% permaneceu estável e 22% diminuiu.
Os resultados deste estudo confirmam a eficácia das áreas protegidas. Globalmente, o número e distribuição de espécies nestas áreas não caiu durante o período em análise, sugerindo fortemente que a biodiversidde não decresceu no geral, apesar de outros relatórios que falam de um forte declínio de espécies nas áreas protegidas das florestas tropicais.
Numa altura em que as preocupações ambientais são fulcrais, estes resultados parecem demonstrar que as áreas protegidas desempenham um papel importante na manutenção da biodiversidade, segundo a equipa do relatório.
Os investigadores lembram que as perdas de animais podem ainda estar a decorrer nas áreas protegidas estudadas. Observaram declínios em várias populações e muitas outras não foram capturadas vezes suficientes pelas máquinas fotográficas para fazer uma análise informativa. Esta pesquisa também não se refere a áreas não protegidas das florestas tropicais, que poderão ter níveis mais elevados de quebras de espécies devido às diferenças na gestão, e poderão estar ameaçadas pela crescente pressão humana.
“A perda de espécies é especialmente elevada em regiões tropicais nas quais quais a maioria das espécies vive e onde as ameaças à biodiversidade são grandes”, afirma Lydia Beauddrot, professora na Universidade de Michigan (EUA) e co-autora do estudo. “As áreas protegidas, tais como os parques nacionais, são o pilar da conservação de espécies, mas o facto de as áreas protegidas realmente sustentarem populações animais e prevenirem a extinção já foi debatido. Isto é especialmente verdade para áreas tropicais que são frequentemente pouco estudadas e para as quais existem poucos dados de qualidade”, acrescenta.