Áreas marinhas protegidas deviam estar mais em rede
A conservação de algumas espécies marinhas implica proteger várias zonas e ao mesmo tempo apostar na ligação entre áreas marinhas protegidas. A conclusão é da investigadora Inês Gomes, da Universidade de Aveiro, que percebeu a importância dessa ligação depois de ter estudado larvas de mexilhão, no percurso entre Peniche e Setúbal, refere hoje o Diário de Notícias.
“Vale a pena proteger vários sítios ao longo da costa para estes organismos terem oportunidade de se desenvolver porque, se só protegermos um sítio e eles forem parar a outro que não é protegido, perde-se parte do ciclo de vida”, afirma Inês Gomes à Lusa.
Para esta investigadora na área da biologia e ecologia do mar, a distância entre áreas marinha protegidas devia, por isso, “ser menor [do que é atualmente] para que elas pudessem funcionar em rede”, e conservar as espécies que se deslocam, durante o seu ciclo de vida.
O grupo de cientistas em que se integra Inês Gomes estuda a relação entre áreas marinhas protegidas em Portugal e a conetividade entre elas. O seu trabalho, publicado no site da Comissão Europeia, analisou a ligação entre as duas áreas marinhas no centro de Portugal – a Arrábida, em Setúbal e Peniche – para verificar se alguns organismos marinhos tinham a capacidade de se movimentar entre as duas zonas, separadas mais de cem quilómetros.
O mexilhão foi o organismo modelo escolhido, já que no seu ciclo de vida passa pela fase larvar, fixa-se no plâncton e viaja com as marés, aproveitando as condições locais do oceano. “Conseguimos achar mexilhão nas Berlengas, perto de Peniche, que tinha nascido na Arrábida”, contou Inês Gomes.
Durante um mês, antes de agarrar-se à rocha, essa larva de mexilhão da Arrábida, que os cientistas chamaram de “viajante”, deslocou-se cerca de 120 quilómetros para norte e chegou a Peniche. A maioria desses organismos, no entanto, viaja menos, cerca de 50 quilómetros, pelo que “áreas marinhas protegidas com um espaço intercalar menor seria uma proteção para a maioria dos organismos que têm um ciclo de vida semelhante ao do mexilhão.
Autoridade alerta para agravamento do estado do marcavam
A Autoridade Marítima alertou esta segunda-feira para o agravamento do estado do mar na faixa litoral oeste do continente, prevendo-se ondas que podem atingir os quatro metros de altura e ventos fortes, refere hoje o Público.
A autoridade aconselha a população a adotar medidas de segurança e de prevenção no mar e em terra junto à costa.