Para Khalid al Falih, ministro saudita do Petróleo, terminou a pior fase da abundância da matéria-prima. Em entrevista ao “Houston Chronicle”, o dirigente manifesta a intenção de retomar o controlo do mercado, depois de ter sido permitido que os preços caíssem nos últimos dois anos. “O excesso de oferta desapareceu. Agora é preciso ir limpando o excesso de reservas de crude durante algum tempo”, referiu, citado pelo Económico.
A queda nos preços do petróleo foi desencadeada a meio de 2014 em função de uma multiplicidade de fatores, incluindo a entrada no mercado de novos competidores como o crude de águas profundas do Brasil ou o ‘fracking’ dos Estados Unidos.
Contrariando outros episódios do género, as autoridades da Arábia Saudita ripostaram a este aumento com o reforço da oferta. Os sauditas passaram de 9,6 milhões para 10,5 milhões de barris na produção diária com o objectivo de promover a descida nos preços da matéria-prima para que os produtores com menor margem de lucro fossem forçados a ceder e diminuir a produção.
A verdade é que a estratégia, pelo menos em parte, resultou – o preço do petróleo registou brutal queda dos 100 para os 30 dólares ao mesmo tempo que a produção quer nos Estados Unidos, quer no Canadá sofria acentuadas descidas. Agora, porém, o crude torna a subir, recuperando mais de 85% a partir dos mínimos anuais.
Entretanto, os países produtores de petróleo (OPEP) admitiram que os lucros cederam, no ano passado, chegando ao ponto mais baixo dos últimos 10 anos: 438 mil milhões de dólares. As receitas com exportações da matéria-prima e de hidrocarbonetos situaram-se nos 518,2 milhões de dólares, as mais reduzidas desde 2005. Ainda assim, a OPEP manteve a quota de mercado, exportando a média de 23,6 milhões de barris diários.