A aquacultura já representa mais de metade de todo o pescado para consumo humano, que em 2014 atingiu um novo máximo anual de 20 quilos per capita, informou a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). De acordo com o relatório anual da FAO sobre o estado das pescas e da aquacultura no mundo, pela primeira vez em 2014, a produção aquícola mundial (incluindo plantas aquáticas) excedeu a obtida pelas capturas, atingindo 101,1 milhões de toneladas, o que representa 52% de toda a produção de peixe (195,7 milhões de toneladas).
A produção mundial atingiu 167,2 milhões de toneladas, das quais 93,4 milhões vieram da captura e aquacultura (73,8 milhões).
O rápido crescimento deste último setor e a melhoria em determinadas populações de peixes permitiu satisfazer um consumo que cresceu dos 10 para os 20 quilos per capita, explica a FAO.
Pela primeira vez desde 1998, uma espécie de sardinha muito produzida nas costas do Peru e do Chile não era o mais pescado, sendo superada pelas espécies Alaska Pollock (um tipo de bacalhau). Além disso, grupos de atum, lagostas, camarão e cefalópodes [de elevado valor comercial) registaram novos máximos de captura em 2014.
O noroeste do oceano Pacífico continua a ser a zona mais produtiva para as capturas marinhas, enquanto no Mar Negro e no Mediterrâneo, onde as capturas caíram um terço desde 2007, a situação “é alarmante”, segundo a FAO.
Segundo o relatório, em 2014 havia 56,6 milhões de pessoas a trabalhar na pesca e na aquicultura, das quais 84% viviam na Ásia. As mulheres representam 19% dos trabalhadores diretamente envolvidos nestes setores primários, uma percentagem que sobe para 50% para outras atividades secundárias, como o processamento ou comercialização.
Em níveis semelhantes aos de há dois anos, está o número de navios de pesca, que foi de cerca de 4,6 milhões, distribuídos principalmente na Ásia (com 75% do total), seguido da África (15%), América Latina e Caraíbas (6%), América do Norte (2%) e na Europa (2%).