APREN: Alternativas às renováveis “serão sempre mais caras” no futuro
O presidente da direção da APREN – Associação Portuguesa de Energias Renováveis, António Sá da Costa, afirmou ontem que as alternativas às renováveis “serão sempre mais caras” a curto e longo prazo, noticia a Lusa.
Em audição na comissão parlamentar de inquérito ao pagamento de rendas excessivas aos produtores de eletricidade, o responsável garantiu que “não há alternativas às energia renováveis, as alternativas são sempre mais caras no curto e longo prazo”, salientou.
Para o presidente da direção da APREN não há comparação entre os custos das renováveis e os das centrais a gás e carvão, sendo que neste último caso as centrais térmicas “ainda têm que pagar o ‘capex’ [montante de investimentos realizados em equipamentos e instalações] e o ‘opex’ [capital utilizado para manter ou melhorar os bens físicos de uma empresa]”. “Não há rendas excessivas porque as alternativas são mais caras. Quem fala disso compara a tarifa real com o custo do combustível ignorando o custo do ‘capex’ e ‘opex’”, salientou.
O presidente da direção da APREN destacou que o setor é responsável por um valor elevado de investimento a nível local, com investimentos industriais de mais de 700 milhões de euros e quatro mil empregos diretos. António Sá da Costa sugeriu mesmo aos deputados que “seria de todo o interesse visitarem estas fábricas de pás [para aerogeradores]”, que “são as melhores do mundo dos dois grupos que cá estão”.
O presidente da direção da APREN quis ainda “desfazer boatos e mitos” sobre as energias renováveis. “Diz-se que as eólicas só funcionam a noite: durante o dia descem cerca de 10% mas não produzem só de noite”, garantiu.
António Sá da Costa desmentiu ainda que haja exportações a preço zero, quando há excesso de produção e que as renováveis sejam intermitentes. “Conseguimos prever com uma semana de antecedência com um grau de fiabilidade de cerca de 90%”, realçou, negando ainda que a culpa do défice tarifário seja das renováveis.
O presidente da APREN referiu que “não há rendas no setor das renováveis”. “O que temos é uma tarifa dada pelo valor do unitário que produzimos. Uma pequena central hídrica num ano seco produz menos de um terço de um ano húmido e recebe só um terço”, adiantou. O responsável recordou as metas de descarbonização para Portugal e que só com energias renováveis é possível atingir o roteiro para a neutralidade carbónica.