Os animais que estavam a morrer à fome em três quintas agropecuárias da Póvoa de Lanhoso e Vieira do Minho foram ontem retirados ao seu dono, avança o Jornal de Notícias. A apreensão das várias espécies surge na sequência de uma ordem do Ministério da Agricultura, cumprida pela Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), com apoio da GNR de Braga e Póvoa de Lanhoso e tem por objetivo “criar condições para que estes sobrevivam”.
A operação começou às seis horas da manhã, na exploração de Serzedelo, em Póvoa de Lanhoso. Vários camiões, membros da DGAV e 25 militares do Serviços de Proteção da Natureza e do Ambiente recolheram cerca de 100 bovinos, aos quais se juntaram dezenas de cavalos, cães e um porco.
Recorde-se que José Vieira, dono dos animais, tinha-se queixado de dificuldades financeiras e indisponibilidade para alimentar o gado. Também não os podia vender, pois os terrenos estão em quarentena por irregularidades processuais e higiénicas. Face a isto, vários animais estavam a morrer à fome e as carcaças apodreciam no quintal.
O Ministério da Agricultura já tinha comunicado que a situação constituía “um grave perigo para a saúde animal e para a saúde pública”, pelo que multou José Vieira e interditou-o de toda a atividade pecuária por dois anos. Com a disponibilização de quintas da propriedade do Estado para a colocação dos animais, a DGAV deu ordem para a apreensão.
Entretanto, o dono dos animais já veio dizer que vai contestar a decisão em tribunal. “Eu já estava pobre e ainda mais pobre fiquei. Perdi tudo o que andei a criar uma vida inteira”, afirmou.