Apoios europeus ao setor do vinho têm de chagar a pequenos e médios produtores de uva, defende CNA
Como noticiou a Ambiente Magazine, a Comissão Europeia aprovou esta terça-feira, 9 de Julho, um pacote de apoio de 15 milhões de euros da reserva agrícola para os produtores de vinho, que Portugal pode complementar com 200% do orçamento nacional.
A necessidade de alavancar medidas de apoio para o setor do vinho advém das dificuldades existentes no mercado e que são sentidas de forma agravada pelos pequenos e médios produtores de uva (não produtores de vinho), que não conseguem escoar a produção e quando o conseguem é a preços muito baixos, acusa a Confederação Nacional de Agricultura (CNA).
Esta situação, sentida pelos pequenos e médios produtores um pouco por todo o país, assume particular gravidade na Região Demarcada do Douro, onde os agricultores/viticultores estão sem perspetivas de conseguir escoar a produção.
“Nestas circunstâncias, a CNA reclama, desde já, que o Governo português acione a totalidade das verbas permitidas pela Comissão e que vá mais longe, apoiando os produtores de uva e não apenas quem tem capacidade de destilar. A medida da destilação de crise é bem-vinda, se bem aplicada, com critérios objetivos, controlada (impedindo a especulação) e a preços compensadores, mas importa salientar que não chega aos pequenos e médios produtores de uva que não produzem vinho”, pode ler-se no comunicado enviado à imprensa. “Assim, a CNA reclama a criação de uma medida extraordinária para apoiar financeiramente os pequenos e médios produtores de uva para vinho, que são os que estão numa situação mais aflitiva, vendo as suas explorações em risco por não conseguirem escoar o fruto da sua vindima”.
A confederação apela ainda ao fim da liberalização dos direitos de plantação da vinha na União Europeia e do controlo e limitação das importações desnecessárias de vinhos e de mostos, “que inundam o mercado e criam dificuldades ao escoamento da produção nacional a preços justos”. A estas medidas devem somar-se a promoção das exportações e a abertura e reabertura de canais de escoamento da produção.
Na situação particular da Região Demarcada do Douro, a CNA reclama a concretização do processo eleitoral da Casa do Douro, para que se cumpra a decisão da Assembleia da República, e a instituição possa retomar as suas funções de representação e defesa dos interesses dos pequenos e médios viticultores durienses.