A Associação Portuguesa dos Operadores de Gestão de Resíduos e Recicladores (APOGER) não se revê na entrevista do secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, dada esta quinta-feira, dia 4 de janeiro ao Jornal i.
Em comunicado, a APOGER realça que “os Operadores de Gestão de Resíduos que se licenciaram para receber as fileiras urbanas de resíduos exigem receber os resíduos urbanos, classificados na Lista Europeia de Resíduos, em regime de isenção de aplicação da eGAR, exatamente nas mesmas condições que os municípios e as entidades gestoras de fluxos específicos”.
Recorde-se que a APOGER representa os operadores licenciados que são os utilizadores preferenciais da Guia Eletrónica de Acompanhamento de Resíduos (e-GAR).
No portal da Agência Portuguesa do Ambiente “não existe a figura ‘sucateiro’ utlizada pelo governante na referida entrevista, como um dos possíveis utilizadores da e-GAR, logo faz todo o sentido que a Secretaria de Estado do Ambiente esteja empenhada em não deixar entidades não autorizadas a fazê-lo”, acrescenta a associação.
Na mesma nota, a APOGER relembra o comunicado enviado no passado dia 7 de dezembro, em que alertou para o “aumento brutal da economia paralela, das atividades ilegais e do abandono de resíduos no ambiente”.
De acordo com a associação, os municípios “não possuem atualmente condições que permitam a recolha diferenciada de todas as fileiras de resíduos de origem urbana e equiparada e o impedimento, intrínseco, que a eGAR impõe à entrega destas fileiras, aos operadores de gestão de resíduos, originarão o abandono das mesmas no domínio público, com as respetivas consequências para o ambiente, promovendo ainda um incremento nas atividades ilegais”.