Um novo relatório, United Nations Global Compact-Accenture Global Private Sector Stocktake, realizado pelo Pacto Global das Nações Unidas e pela Accenture, conclui que, para alcançar a Agenda 2030, é necessária uma ação empresarial colaborativa e credível, apoiada pelos decisores políticos, e que evidencie os ODS onde podem ter maior impacto.
A grande maioria (94%) dos líderes empresariais continua a considerar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável como uma visão global conjunta, mas a sua concretização exige que o setor privado se concentre nas áreas em que pode ter maior impacto, diz o estudo que inquiriu mais de 2.800 líderes empresariais em todo o mundo.
Atualmente, apenas 15% das metas dos ODS estão no bom caminho, sendo que 48% têm um progresso fraco e insuficiente e o progresso estagnou ou inverteu-se em 37% dos ODS.
Sanda Ojiambo, CEO do Pacto Global das Nações Unidas, refere que “embora não se trate de uma abordagem única, as organizações devem concentrar as suas ações consoante o nível de impacto nas pessoas, no planeta e nos seus negócios. Isto permitir-lhes-á comunicar eficazmente o desempenho, estabelecer objetivos e ações, envolver-se com as várias entidades, incluindo investidores, e obter acesso a novas oportunidades de mercado”.
44% dos líderes empresariais esperam que o governo crie incentivos políticos para os ajudar a integrar os ODS na estratégia e nas operações empresariais, a fim de garantir condições equitativas para todas as organizações. Pretendem também uma orientação clara sobre onde concentrar os seus esforços e critérios de medição e métodos de cálculo claros, para que possam não só comunicar corretamente os progressos, mas também tomar decisões informadas com base nesses conhecimentos.
O principal pedido dos líderes empresariais é a elaboração de relatórios de sustentabilidade consistentes e mandatos de divulgação (76%). Isto ajuda a garantir que todas as empresas são obrigadas a seguir o mesmo padrão, tanto a nível nacional como mundial.
O segundo pedido é o ajustamento do salário mínimo nacional para igualar os níveis do salário de subsistência (71%) – uma alteração da estrutura de custos das empresas, mas que tem valor e vale a pena prosseguir se for suportada de forma justa. Além disso, a maioria apoia as políticas que ajudariam a promover a igualdade entre homens e mulheres, nomeadamente a divulgação obrigatória e a tomada de medidas em relação às disparidades salariais entre homens e mulheres (65%) e a licença parental partilhada remunerada obrigatória (58%).
Por último, as organizações apoiam a criação de uma série de políticas mais fortes para reforçar a proteção do ambiente, assegurando que os incentivos sejam alinhados para uma transição para as energias limpas. As políticas devem garantir ainda a obrigatoriedade de divulgação de informações para que todas as empresas sejam avaliadas da mesma forma, incentivando ações iguais em todos os sectores.
84% dos líderes empresariais afirmam que a falta de clareza dos recursos de medição para calcular o impacto em relação aos ODS impede a capacidade da sua empresa de fazer progressos. 82% afirmam que o acesso limitado e/ou a má qualidade dos dados limita a sua capacidade de medir a contribuição para os ODS. 77% dos executivos expressaram a sua preocupação com a falta de competências ou com a falta de correspondência na força de trabalho para realizar o impacto relacionado com os ODS em todos os setores.