Dentro da questão das tecnologias ambientais e de como será esta nova realidade, Fernando Leite, administrador executivo da Lipor, realça a preocupação sobre “se o ‘novo normal’ vai ter as mesmas componentes do antigo”. O responsável falava no último webinar da APEMETA (Associação Portuguesa de Empresas de Tecnologias Ambientais) onde foi debatido “O Green Recovery e as Tecnologias Ambientais”.
Aquela que tem sido a última preocupação da empresa de gestão de resíduos prende-se com a “definição de planos imediatos” para se fazer o “ataque” à pandemia. E de todos os cenários que a Lipor tinha previsto, o problema Covid-19 “nunca se tinha colocado”, nem os seus efeitos no “imediato”, afirma o administrador, alertando que, embora o “setor dos resíduos se tenha readaptado nos seus processos de trabalho”, as “1400 toneladas de resíduos que entram diariamente continuaram a entrar” pelo que “foram poucos dias para se criar um novo normal”. Nesta nova realidade, Fernando Leite reforça que “há muitas alterações na regulamentação que têm de ser repensadas”, como foi o caso da quarentena nos resíduos: “Não era um cenário que prevíssemos e tivemos que nos adaptar”.
Mas a grande preocupação com que este “novo normal” se tem deparado centra-se na “injeção de dinheiro na economia” para “financiar a indústria” para que “não haja empobrecimento da nossa comunidade”, refere o responsável, sublinhando que a “questão do reportar” será fácil de adaptar àquelas organizações que já vinham a desenvolver estratégias pensadas no ambiente: a Lipor já tem um plano de descarbonização desde 2010”, exemplifica.
Na situação de “terror” com que a sociedade se tem deparado, Fernando Leite refere que a “economia não se renova nem levanta se, neste novo normal, não conseguirmos transmitir uma ideia mais positiva” daquilo que é a “cooperação” ou “espírito de solidariedade”. Portanto, ao ser colocado dinheiro nas empresas, “temos de pensar numa nova reindustrialização do país” alargada a outras indústrias como, por exemplo, à “agricultura” ou às pescas”. O apelo deste responsável é que “consigamos ajudar a criar um “novo normal” contra o “antigo normal””.