A Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) vai implementar o primeiro porto seco do país, no município da Guarda. De acordo com o Porto de Leixões, a “infraestrutura única e pioneira” em Portugal, é considerada fundamental para a “competitividade” da região e “implica um investimento de dois milhões de euros”.
A instalação deste terminal intermodal afastado do mar, normalmente posicionado em regiões do interior, ligado a um porto marítimo por via férrea e rodoviária traz vantagens a nível social e económico: “o aumento da competitividade das empresas da região; atração do investimento; oportunidade de criação de emprego no interior; alargamento do acesso à intermodalidade, que se traduz numa poupança de 15% no inland, para além da redução de custos de armazenagem e paralisação; redução de lead time (tempos de transporte), dada a proximidade das estruturas e agilidade aduaneira, que se traduz numa maior sustentabilidade económica de toda a área envolvente ao município da Guarda”.
De acordo com Nuno Araújo, presidente da APDL, “avançar com a criação do porto seco na Guarda vai trazer enormes vantagens para a competitividade do Porto de Leixões, uma vez que alargará o seu hinterland, ou seja, a área de influência, que representa já 6% do PIB nacional. Por outro lado, vai alavancar a competitividade das empresas importadoras e exportadoras da região, que poderão ver os seus custos com transportes e logística reduzidos”.
O tema foi debatido esta quinta-feira, dia 10 de dezembro, no seminário “Porto Seco da Guarda”, no qual se destacou a utilização otimizada do transporte combinado (ferrovia, rodovia e marítimo), que resulta no menor congestionamento das infraestruturas portuárias; a redução de custos de armazenagem e de transporte; e a maior celeridade logística e aduaneira como principais benefícios da implementação e utilização de um porto seco.
A somar-se às vantagens, destacou-se ainda a localização estratégica da cidade da Guarda como um dos pontos-fortes para a implementação de um porto seco no município, pode ler-se no comunicado da APDL. De assinalar que o nó ferroviário das duas linhas férreas importantes, da Beira Baixa e a da Linha da Beira Alta, se encontra na cidade Guarda, onde se localiza a Plataforma Logística de Iniciativa Empresarial da Guarda, que estabelece ligações diretas à A23 e à A25, acrescendo que faz fronteira com Espanha.
Para a escolha do local mais adequado para a construção desta infraestrutura, a APDL reuniu previamente com a diretora-geral da Autoridade Aduaneira, Helena Borges, a Infraestruturas de Portugal (IP), a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), municípios e empresas, tendo a Guarda surgido como destino preferencial para a instalação do primeiro terminal intermodal, deste tipo, no país.
Nuno Araújo disse, ainda, que “a APDL já iniciou, também, a procura de outras localizações que sejam também elas favoráveis à construção de outros portos secos em regiões distintas”.
O seminário “Porto Seco da Guarda” contou com a participação do presidente da Câmara Municipal da Guarda, Carlos Chaves Monteiro; do presidente da APDL, Nuno Araújo; do Vice-Presidente da IP Infraestruturas de Portugal, Carlos Fernandes; do diretor geral da YILPORT Leixões, Nuno David Silva; do administrador do Terminal de Carga Geral e Granéis de Leixões, Urbano Gomes, tendo sido encerrado por Rui Branco em representação do Secretário de Estado Adjunto e das Comunicações, Hugo Santos Mendes.