Considerando o impacto negativo que as barreiras fluviais têm nos ecossistemas fluviais e no declínio da biodiversidade, a ANP|WWF lançou esta segunda-feira uma petição pública para que haja previsão de orçamento para a remoção de barreiras fluviais em Portugal e empenho do Governo para acelerar estas remoções.
“A remoção de barreiras fluviais é um instrumento de restauro da natureza e é a forma mais eficaz e menos dispendiosa de restaurar de forma permanente o funcionamento destes ecossistemas. O Governo tem de ver o restauro fluvial como uma urgência e prioridade se queremos estar em linha com a Estratégia para a Biodiversidade 2030 que prevê que sejam libertados pelo menos 25 mil quilómetros de rios na Europa”, afirmou Ruben Rocha, coordenador de Água da ANP|WWF.
Esta petição arranca no mesmo dia em que a organização inicia remoção de uma barreira fluvial obsoleta no açude de Galaxes, no concelho de Alcoutim, que vai permitir restaurar a conectividade fluvial de 7,7 quilómetros da Ribeira de Odeleite. O derrube desta barreira está a ser realizado com o apoio do programa European Open Rivers Programme.
Em Portugal, o Grupo de Trabalho do Conselho Nacional da Água publicou em 2017 um levantamento sobre barreiras obsoletas que devem ser removidas. Em 2021, Espanha removeu um total de 108 barreiras, enquanto Portugal removeu apenas uma das mais de 8 mil barreiras obsoletas conhecidas.
Relembre-se que a ANP|WWF avançou em fevereiro com a remoção de uma barreira fluvial em Santarém.