No 28º aniversário da Ambiente Magazine, assinalado em dezembro de 2021, lançamos um desafio ao setor do ambiente. Designado por “Passa-a-Palavra”, este desafio começou com Lee Hodder (Galp), José Furtado (Águas de Portugal) e Ana Isabel Trigo Morais (Sociedade Ponto Verde), onde cada um teve de responder à pergunta -“Para quando a sustentabilidade?” – e, ao mesmo tempo, lançarem o mesmo desafio a outras personalidades, e assim sucessivamente. Nesta edição número 92, que corresponde à segunda parte do trabalho (primeira foi publicada na edição 91), partilhamos os testemunhos da área das Águas.
Na próxima edição serão disponibilizados os testemunhos da área da Energia.
Hoje, partilhamos o testemunho de Simone Pio (Águas Públicas do Alentejo), desafiado por Francisco Narciso (Águas Públicas do Alentejo).
PARA QUANDO A SUSTENTABILIDADE?
“Paradoxalmente, apesar de nas últimas décadas o tema da sustentabilidade ter feito parte da agenda de diversos fóruns, com a promoção de inúmeros debates que culminaram na elaboração de diversos relatórios, na assunção de compromissos cada vez mais ambiciosos por parte dos países e, mesmo, na definição de uma agenda global – Agenda 2030, constata-se que a circularidade da economia global tem regredido, atingindo apenas 8,6 % em 2021 (World Economic Forum, 2021), e as desigualdades entre e nos próprios países têm aumentado.
A sustentabilidade requer uma abordagem sistémica, tendo em vista o equilíbrio a longo prazo, e, como tal, a aposta deve incidir cada vez mais na co-criação de políticas, iniciativas e ou ações consistentes, em que todas as partes envolvidas entendem o propósito de cada uma delas, bem como o seu papel na sua concretização. Importa criar as condições para uma mudança progressiva de competências, processos e comportamentos, como por exemplo de padrões de consumo e de produção, em que o papel da inovação e da tecnologia são essenciais, de modo a evoluirmos para sistemas mais resilientes, sustentáveis e inclusivos”.