No 28º aniversário da Ambiente Magazine, assinalado em dezembro de 2021, lançamos um desafio ao setor do ambiente. Designado por “Passa-a-Palavra”, este desafio começou com Lee Hodder (Galp), José Furtado (Águas de Portugal) e Ana Isabel Trigo Morais (Sociedade Ponto Verde), onde cada um teve de responder à pergunta -“Para quando a sustentabilidade?” – e, ao mesmo tempo, lançarem o mesmo desafio a outras personalidades, e assim sucessivamente. Neste trabalho, incluído na edição impressa número 91 da Ambiente Magazine, apenas conseguimos partilhar os testemunhos da área dos resíduos, ficando a promessa de que, nas duas próximas edições, serão disponibilizados os testemunhos das restantes áreas.
Hoje, partilhamos o testemunho de Filipa Figueiredo (CECOLAB – Circular Economy), desafiada por João Nunes (CECOLAB – Circular Economy).
Para quando a sustentabilidade?
“Desde a primeira revolução industrial (1760-1840) até ao surgimento dos primeiros conceitos de desenvolvimento sustentável em 1987, passaram cerca de 200 anos e um total de três revoluções industriais. Duzentos anos de desequilíbrio entre a atividade humana e o planeta, a par com o crescimento exponencial da população traduzem-se numa tarefa Hercúlea pelo alcance da sustentabilidade, que atualmente não se encontra finalizada. Os 17 ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, definidos na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas, apesar de cruciais, revelam-se ambiciosos. Pelo que medidas mais recentes, como o Pacto Ecológico Europeu da Comissão Europeia, apontem as suas metas para 2050. Na verdade não seria expectável uma alteração disruptiva em pouco mais de 40 anos. Assim, acredito na necessidade de desenhar políticas públicas que envolvam a sociedade e apoiem a implementação da Economia Circular (como a constituição do Laboratório Colaborativo para a Economia Circular – CECOLAB), alicerçadas na digitalização dos processos (i4.0) e sob o chapéu global da Ecologia Industrial, que transversalmente irão contribuir para alcançar a sustentabilidade em 2050.”
By: Filipa Figueiredo