No 28º aniversário da Ambiente Magazine, assinalado em dezembro de 2021, lançamos um desafio ao setor do ambiente. Designado por “Passa-a-Palavra”, este desafio começou com Lee Hodder (Galp), José Furtado (Águas de Portugal) e Ana Isabel Trigo Morais (Sociedade Ponto Verde), onde cada um teve de responder à pergunta -“Para quando a sustentabilidade?” – e, ao mesmo tempo, lançarem o mesmo desafio a outras personalidades, e assim sucessivamente. Neste trabalho, incluído na edição impressa número 91 da Ambiente Magazine, apenas conseguimos partilhar os testemunhos da área dos resíduos, ficando a promessa de que, nas duas próximas edições, serão disponibilizados os testemunhos das restantes áreas.
Hoje, partilhamos o testemunho de Inês Sarti Pascoal (MUBi – Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta), desafiado por Catarina Grilo (ANP|WWF).
PARA QUANDO A SUSTENTABILIDADE?
“Cidades desenhadas para mulheres são cidades mais inclusivas.
Após décadas de promoção do transporte rodoviário, é necessário transitar para uma mobilidade sustentável, preparando as cidades para andar a pé, de bicicleta e transportes públicos. Nesta transição, é importante perceber a disparidade de género na utilização da bicicleta. Há menos mulheres a pedalar que homens, pelos padrões de mobilidade serem geralmente mais complexos (cuidar das crianças, compras), sistemas de transportes desenhados para necessidades de homens (sector dos transportes composto maioritariamente por homens), inexistência de rede ciclável segura, etc.
O desafio da mobilidade sustentável e inclusiva é redesenhar as cidades, pensando nas necessidades das mulheres, incluindo-as nos processos de transformação das cidades, desde o planeamento às tomadas de decisões. Para quando?”
By: Inês Sarti Pascoal