A posição foi assumida pelo ministro da Energia e Águas de Angola, João Baptista Borges, na 59.ª sessão da conferência geral da Agência Internacional de Energia Atómica, que está a decorrer desde segunda-feira em Viena, na Áustria.
“Angola enfrenta também problemas geológicos, como a erosão dos solos e períodos cíclicos de estiagem nas áreas desérticas do país”, apontou o governante na sua intervenção naquela reunião, declaração enviada hoje à agência Lusa.
João Baptista Borges admitiu igualmente a necessidade de obter “apoio em assistência técnica” por parte daquela agência, “com vista à redução da erosão dos solos”, nomeadamente ravinas, e também na “pesquisa de lençóis de água subterrâneos em áreas desérticas”.
A estiagem no sul de Angola tem vindo a agravar-se desde 2011, com o Governo a ter de distribuir alimentos, devido à destruição de culturas pela seca, e a realizar captações alternativas de água, para apoiar a população.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) considerou em junho que é provável que a malnutrição aguda em Angola tenha aumentado nos últimos três anos devido à estiagem em algumas províncias.
Em julho, só no Cunene, o Governo angolano tinha identificado 755.678 pessoas afetadas pela seca que assola aquela província no sul, bem como 508.483 cabeças de gado que corriam o risco de morrer em consequência da situação.
Na mesma província foi conhecido há algumas semanas o caso do município do Curoca, em que mais de 40 mil pessoas necessitavam de ajuda alimentar e de água devido à seca, com a população a recorrer a apoio na vizinha Namíbia.