A ANEFA (Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente) realça em comunicado “desagrado” face à publicação do Despacho publicado pelo Gabinete do Ministro do Ambiente e Ação Climática que nos Projetos abrangidos pelos apoios do Fundo Ambiental estabelece que a Gestão de Combustível em Redes Secundárias seja “objeto de um protocolo entre o ICNF e a AICCOPN (Associação dos Industriais das Construção Civil e Obras Públicas), no valor de 2,2 milhões de euros para 2020”.
No mesmo comunicado a associação questiona o “porquê de ser a AICCOPN e não a ANEFA” visto que é a “única associação de âmbito nacional que representa os prestadores de serviços ao setor florestal”, que em sede de concertação social “negoceia o contrato coletivo de trabalho para o setor e estabelece com outras entidades as necessidades de formação de quem nele trabalha”. Afinal, “a rede secundária de faixas de gestão de combustível não pertence à rede de defesa da floresta contra incêndios, tal como é elencado na Lei nº76/2017, que Altera o Sistema Nacional de Defesa da Floresta contra Incêndios?”, questiona novamente esta associação.
Depois do “amadorismo na limpeza de mato, em Aljezur” que deu origem aos “trágicos acontecimentos que se seguiram” a direção da ANEFA interroga: “Como podem os nossos governantes entregar a limpeza de áreas sensíveis como é o caso da rede secundária de gestão de combustíveis, que ladeia as principais infraestruturas ao nível dos municípios e outras infraestruturas públicas a empresas que não estão nem habituadas, nem equipadas nem formadas profissionalmente para realizar este tipo de trabalhos?
Depois de todo o esforço realizado, no sentido de fomentar o desenvolvimento de um tecido empresarial profissional, devidamente equipado para a realização destas atividades, a ANEDA quer saber “qual a razão que leva os nossos governantes a entregar operações de âmbito florestal a empresas não florestais?”.
No mesmo comunicado a ANEFA diz que, “enquanto associação representante das empresas do setor tudo faremos para impedir a concretização do referido protocolo, já que não se pode por um lado exigir uma gestão profissional das florestas e por outro entregar a realização das operações a empresas que nada têm a ver com o setor”.