#Ambipress: As notícias que mais marcaram a semana
O que a imprensa nacional e internacional diz sobre ambiente, clima e sustentabilidade? O Ambipress é a revista de imprensa da Ambiente Magazine. Semanalmente, esta rubrica traz um resumo do que marcou o setor e que teve eco na comunicação social, numa seleção feita pela redação da Ambiente Magazine.
24 de abril, segunda-feira
Público/Lusa: “Em seca, Algarve deve refletir sobre actividades que são possíveis com menos água”
A situação de seca no Algarve, que tende a agravar, deve ser motivo para uma reflexão sobre o modelo de desenvolvimento da região para definir que atividades podem ter futuro num cenário de escassez de água. O alerta foi do presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), António Miguel Pina, que, à Lusa, disse: Público: “Portugal pode ter terceira onda de calor em Abril e quebrar recordes”
De acordo com as previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), confirmou-se a subida de temperatura nesta última semana de abril O sul de Portugal atingiu 35 graus Celsius. Esta subida de temperatura é já a terceira onda de calor em Abril. De acordo com um relatório da Agência Europeia do Ambiente (AEA) publicado na passada segunda-feira, a poluição do ar causa a morte prematura de pelo menos 1.200 crianças e adolescentes todos os anos na Europa. Outro relatório publicado pela AEA em novembro, indicou que pelo menos 238 mil pessoas de todas as idades morreram prematuramente em 2020 devido à poluição do ar nos países membros da agência: União Europeia, Turquia, Noruega, Suíça, Islândia e Liechtenstein. Organizações ambientalistas emitem alerta sobre os produtos químicos nocivos para a saúde, entre eles alguns em fraldas para bebés, que continuam a proliferar na Europa. O alerta surge um ano depois de a Comissão Europeia ter publicado um “roteiro de restrições”, para servir de base ao estabelecimento de uma lista das substâncias químicas mais nocivas para a saúde humana e o ambiente a serem proibidas na União Europeia. O agravamento da seca levou o país vizinho a pedir Comissão Europeia a antecipação de ajudas “na maior quantidade possível” e a ativação do fundo de crise da Política Agrícola Comum (PAC). Estes pedidos a Bruxelas foram feitos numa carta que o ministro da Agricultura espanhol, Luís Planas, enviou ao comissário europeu da Agricultura, Janusz Wojciechowski, na qual defende que devem ser adotadas medidas a nível da União Europeia (UE) para responder à seca que está a afetar especialmente a Península Ibérica, explicou Luis Planas, numa conferência de imprensa em Madrid. No âmbito de uma nova diretiva proposta em outubro de 2022 pela Comissão Europeia, as regras de tratamento das águas residuais urbanas na União Europeia (UE) estão em processo de revisão por parte da Comissão do Ambiente do Parlamento Europeu. Estas águas são uma das principais fontes de poluição de rios, lagos e mares, se não forem recolhidas e tratadas corretamente. As novas regras fazem parte do regulamento “Objetivo 55”, que visa reduzir as emissões de gases poluentes da União Europeia em pelo menos 55%, até 2030. Uma equipa de negociadores do Parlamento Europeu e outra do Conselho da União Europeia (representa os 27 países) chegaram, segunda-feira, a um acordo que visa tornar o setor das aviação mais ecológico, reduzindo consideravelmente as emissões de gases poluentes, uma das grandes prioridades do Pacto Ecológico Europeu. A Agência Europeia do Ambiente (AEA) apelou esta quarta-feira à redução do consumo de pesticidas, ainda amplamente vendidos na Europa, apesar de poluírem a água, o solo e o ar, minando a biodiversidade e promovendo o desenvolvimento de doenças. “Na Europa dos 27, as vendas de pesticidas mantiveram-se relativamente estáveis, na ordem das 350 mil toneladas por ano, entre 2011 e 2020″, refere a agência da União Europeia, com base nos números do Eurostat. “Primavera das Ocupas” promete não arredar o pé de mais de uma dezena de estabelecimentos de ensino até que 1500 pessoas se comprometam em participar numa acção no porto de Sines. Estudantes de Lisboa, Coimbra e Faro vão ocupar mais de dez escolas e universidade a partir desta quarta-feira, 26 de Abril, com duas reivindicações centrais: o fim do investimento em combustíveis fósseis em Portugal até 2030 e electricidade de fontes 100% renováveis, acessível para todas as famílias, até 2025. Os concelhos de São Brás de Alportel e Tavira, no distrito de Faro, apresentam nesta quarta-feira um perigo máximo de incêndio rural, quando se esperam temperaturas superiores a 30 graus em algumas regiões do país. O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) colocou também os concelhos de Lagos, Portimão, Monchique, Silves, Loulé, Alcoutim e Castro Marim (Faro) em perigo muito elevado de incêndio. Mais de 30 concelhos dos distritos de Viseu, Guarda, Castelo Branco, Portalegre, Santarém, Beja e Faro estão nesta quarta-feira em perigo elevado de incêndio. Abril caminha para o fim e o apoio à compra de veículos elétricos está parado. A compra de carros com emissões de CO2 mais baixas ou nulas, como os 100% elétricos (BEV) e os híbridos plug-in (PHEV) segue de vento em popa em Portugal, tendo batido um novo recorde em março. Mas, em 2023, ainda não ninguém recebeu qualquer apoio, porque as candidaturas ao incentivo pela introdução no consumo de veículos de baixas emissões continuam encerradas. O PUBLICO pediu esclarecimentos ao Ministério do Ambiente, que tutela a entidade que paga estes incentivos – Fundo Ambiental -, mas ficou sem respostas. Sete estudantes montaram esta quarta-feira tendas dentro da Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa (FPUL), exigindo o fim ao combustível fóssil até 2030 e a eletricidade 100% renovável até 2025, numa ação simbólica contra a crise climática. Estudantes voltam assim a ocupar escolas e universidades para demonstrar que “a crise climática não é aceitável para o futuro de qualquer pessoa na sociedade”, numa iniciativa do movimento “Fim ao Fóssil: Ocupa!”. O ruído causado pelas atividades humanas nos mares e rios tem efeitos na vida dos animais: por exemplo, obriga-os a mudar de habitat, impede-os de comunicar e provoca-lhes muitas vezes a morte. Face a estas consequências, vários especialistas alertam para efeitos na vida dos animais pelo ruído nos mares e rios: “A nossa intenção é sensibilizar as pessoas para a existência deste fator ecológico”. Uma descarga ilegal de resíduos industriais causou uma mancha poluente que se arrastou até à foz do rio Ave, em Vila do Conde, no distrito do Porto. A informação foi avançada pelo presidente da Câmara de Vila do Conde, Vitor Costa, que refere que o incidente foi detetado por um piquete da Polícia Marítima, tendo sido resolvido com a “pronta intervenção” de várias entidades: “Não representa um perigo para saúde pública”, garante o autarca. O ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, manifestou-se disponível para ouvir as propostas dos jovens para acelerar a transição energética, mas admitiu que será difícil ter eletricidade 100% renovável até 2025, como os jovens reclamam. Desde 1985, que uma “área equivalente a mais de duas Bélgicas” incendeia-se na floresta da Amazónia, devido à desflorestação. Um estudo do IPAM – Instituto de Pesquisas Ambientais da Amazónia aponta que a Amazónia brasileira perdeu 19% de sua superfície desde 1985 devido aos incêndios. Nesta quinta-feira de abril a estação meteorológica de Mora, no Alentejo, assinalou um novo valor máximo absoluto de temperatura do ar: 36,9 graus Celsius. Este novo registo vem quebrar um recorde com 78 anos: até agora, a temperatura máxima absoluta para este período era de 36 graus, tendo sido verificada em Pinhão, em Alijó, no dia 20 de Abril de 1945. Cerca de 50% das estações da rede do IPMA bateram recordes durante este mês de Abril. A Galp, a Fundação Oceano Azul, a Câmara Municipal de Matosinhos e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) assinaram esta quarta-feira, 26 de abril, um protocolo de cooperação para utilizar os terrenos da antiga refinaria da Galp, em Matosinhos, para a instalação de um Centro Internacional de Biotecnologia Azul. Portugal conta este ano com 432 praias, marinas e embarcações com Bandeira Azul, mais uma do que em 2022, apesar de uma diminuição de praias fluviais devido à seca e aos incêndios. O anúncio foi feito no Aquário Vasco da Gama, no Dafundo, concelho de Oeiras, pelo presidente da Associação Bandeira Azul da Europa, José Archer, adiantando que na próxima época balnear vão hastear a Bandeira Azul 394 praias, distribuídas por 103 municípios, tendo Coruche e Montemor-o-Velho candidatado praias pela primeira vez. As temperaturas anormalmente e a seca de 2022 é motivo de preocupação para os agricultores alentejanos que temem uma seca ainda mais grave para este ano. A Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo (FAABA) alertou o Governo para uma situação de seca “ainda mais grave” e propôs medidas para o setor. Devido à produção de gado, os Países Baixos são o Estado-membro onde há mais poluição por azoto A reserva natural de Veluwe, a leste de Amesterdão, é um bom exemplo disso que está está saturada de amoníaco e azoto. O governo neerlandês está a ser obrigado a agir, prevendo-se a médio prazo uma transição dolorosa para muitos produtores Cientistas britânicos afirmam que extremos de calor sem precedentes combinados com vulnerabilidade socioeconómica colocam certas regiões em perigo perante a ameaça das mudanças climáticas. O Afeganistão e a América Central estão entre as regiões de maior risco. Pequim e a Europa Central também estavam na lista de pontos críticos de ondas de calor. Portugal precisa de “estratégia, investimento para reformas estruturais e reforço da promoção internacional” do setor agrícola e agro-alimentar. Mas, “neste momento, do lado das políticas públicas, não dispomos de nenhum dos três”. A agricultura “continua a ser o eterno parente pobre do Governo”, lamenta o presidente da Portugal Fresh – Associação para a Promoção das Frutas, Legumes e Flores de Portugal. Neste reportagem ficou bem clara a realidade de muitos pescadores de Esposende que já não vão ao mar há cinco meses. O estuário do rio Cávado, porta de entrada por onde passam as embarcações que rumam ao Atlântico, fica, assim, sujeito às alterações climáticas por ser uma barra natural e tem vindo a estar restrito à actividade da comunidade piscatória esposendense. A Greenpeace, organização não-governamental, alerta para um aumento de 32% das emissões poluentes na União Europeia (UE), devido à construção de infraestruturas e contratação de gás natural liquefeito (GNL), um dos contratos de abastecimento feito pela Galp para Portugal. A barragem da Bravura, no Barlavento algarvio, tem menos 600 mil metros cúbicos de água do que há um ano. Esta quebra deve-se aos períodos de seca que aumentaram e obriga os agricultores a procurar alternativas para contornar um cenário cada vez mais complicado. Nota: A Ambiente Magazine não é responsável pela informação veiculada nos meios de comunicação social selecionados.Observador/Lusa: “Poluição do ar mata 1.200 crianças e adolescentes por ano na Europa”
Observador/Lusa: “Químicos nocivos proliferam um ano após promessa de proibição pela UE, acusam organizações ambientalistas”
25 de abril, terça-feira
Observador/Lusa: “Espanha pede a Bruxelas fundos de emergência da PAC por causa da seca”
Euronews: “Tratamento de águas residuais vai ser mais rigoroso na UE”
26 de abril, quarta-feira
Euronews: “Aviação mais ecológica com acordo sobre novas regras europeias”
Observador/Lusa: “Agência Europeia do Ambiente apela à redução do consumo de pesticidas”
Público: “Estudantes voltam às ocupações pelo clima e procuram aliados fora das escolas e faculdades”
Público/Lusa: “Massa de ar quente leva a temperaturas superiores a 30 graus e maior risco de incêndio”
Público: “Apoio do Estado à compra de carros elétricos em 2023 continua parado”
Observador/Lusa: “Clima: estudantes montam tendas na Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa”
Observador/Lusa: “Ruído nos mares e rios afeta os animais e pode matá-los, alertam especialistas”
Observador/Lusa: “Descarga ilegal de resíduos causa mancha poluente no rio Ave até Vila do Conde”
Observador/Lusa: “Clima: Governo disponível para ouvir ideias dos jovens para acelerar transição energética”
Observador/Lusa: “Desflorestação: fogo destruiu 19% da floresta na Amazónia brasileira entre 1985 e 2022”
27 de abril, quarta-feira
Público: “Quebrado recorde com 78 anos: termómetro em Mora chega aos 36,9 graus”
Ambiente Magazine: “Antiga refinaria em Matosinhos vai transformar-se num Centro Internacional de Biotecnologia Azul”
Observador/Lusa: “Bandeira azul em 432 zonas balneares esta época, mais uma do que em 2022”
Observador/Lusa: “Agricultores do Baixo Alentejo alertam para situação de seca ainda mais grave e com danos irreversíveis”
Euronews: “Governo neerlandês é obrigado a agira contra a poluição de azoto derivada à produção de gado “
Euronews: “Europa Central faz parte da lista das regiões do mundo mais vulneráveis às ondas de calor”
Público: “Agricultores e industrias queixam-se do ´novelo burocrático` dos fundos europeus e avisam: a produção de alimentos vai ressentir-se”
28 de abril, quarta-feira
Público: “Pescadores de Esposende vivem condicionados à mercê das marés”
Público/Lusa: “Greenpeace alerta para aumento de 32% das emissões da UE com aposta no gás”
Público/Lusa: “Barragem de Bravura, no Algarve, já tem menos água do que em Abril do ano passado”
Observador/Lusa: “Aeroporto: preocupações sobre Montijo serão tidas em conta, acredita associação Zero”