#AmbienteMagazine29Anos: Resíduos
Os Resíduos por:
- Emídio Pinheiro, Presidente do Conselho de Administração da EGF,
- Pedro Nazareth, CEO da Electrão
- Rosa Monforte, Diretora Geral da ERP Portugal,
- Fernando Leite, CEO da Lipor,
- Pedro Simões, Diretor-Geral da Novo Verde
- Paulo Praça, Presidente da ESGRA
- Luís Capão, Presidente da Direção da ALU
Foram muitas as mudanças disruptivas que o setor dos resíduos assistiu nos últimos 29 anos. E, na maioria dos testemunhos, fica bem evidente a capacidade que Portugal teve ao encerrar as lixeiras que assolavam o país: “Pôs fim à deposição dos resíduos de nossas casas”, diz Pedro Nazareth, CEO da Electrão, frisando o estabelecimento de um setor da gestão de resíduos, que inclui a “recolha”, a “triagem”, a “reciclagem” e a “deposição controlada dos resíduos que produzimos”.
Entre outras mudanças, Paulo Praça, presidente da ESGRA, reforça a “evolução notável” que se fez sentir no setor dos resíduos urbanos, onde foram feitos “investimentos financeiros e tecnológicos” que permitiram a evolução de um “cenário de lixeiras” para uma infraestruturação do setor. Por outro lado, Paula Praça também aborda a produção dos resíduos que tem aumentado alarmantemente, ficando as “expectativas da prevenção aquém do desejado”. A importância do setor de se capacitar para dar resposta às metas foi outro alerta mencionado pelo presidente da ESGRA.
Por seu turno, Emídio Pinheiro, Presidente do Conselho de Administração da EGF, apesar de reconhecer as grandes evoluções que Portugal tem alcançado, destaca a crescente exigência dos cidadãos quanto às metas mais ambiciosas e o facto da tecnologia estar cada vez mais disponível como grandes mudanças dos últimos 29 anos no setor dos resíduos.
Já Rosa Monforte, Diretora Geral da ERP Portugal, lembra da urgente e necessária fiscalização no setor dos resíduos, bem como a formação e educação dos jovens e população sobre os fluxos mais específicos como grandes preocupações de futuro.
No que diz respeito às estratégias fundamentais na gestão de resíduos, Fernando Leite, CEO da Lipor, lamenta a pouca evolução na partilha de infraestruturas ou na articulação entre a “Baixa” (Câmara Municipais) e “Alta” (Sistemas de Gestão de Resíduos): “É um desafio que Portugal tem de ultrapassar”.
A introdução da recolha seletiva, em 1998, inicialmente com 1400 toneladas recolhidas de embalagens e hoje com 435 mil toneladas é um feito que Pedro Simões, Diretor-Geral da Novo Verde, destaca no seu testemunho. Por outro lado, o responsável alerta que, passados estes 29 anos, Portugal necessita de diminuir a capacitação da produção de resíduos.
Luís Capão, Presidente da Direção da ALU, não quis deixar de lembrar que a entrada de Portugal na União Europeia foi fundamental para acelerar os processos de alteração de paradigma do tratamento de resíduos em Portugal. A título de exemplo, destaca o fim das lixeiras, a montagem de todo um sistema nacional de tratamento e reencaminhamento de resíduos ou a criação de todo um quadro legal que dá corpo à politica ambiental nacional. Destaque ainda para a recente criação da Associação Limpeza Urbana, em 2020, que trouxe o tema da limpeza urbana para os planos estratégicos do setor dos resíduos.
Este trabalho está incluído na edição 97 da Ambiente Magazine