A Floresta por:
- Susana Brígido, Diretora-Geral da 2BForest
- João Gonçalves, Presidente do Centro PINUS
- Hilário Costa, Presidente da RESIPINUS
Entre os vários setores ambientais, a floresta parece não ter sofrido com grandes alterações ou as que aconteceram foram pela negativa, na sua maioria.
De acordo com os testemunhos, por exemplo, o abandono da floresta é hoje muito maior do que há 29 anos: “Uma realidade associada às alterações climáticas leva-nos a ter uma floresta menos resiliente e propensa a incêndios, pragas e doenças”, lamenta Susana Brígido, Diretora-Geral da 2BForest. A isto, soma-se o “cadastro” que nunca sofreu qualquer alteração, com grande parte território a não ter proprietário: “Não temos conhecimento, algo que impacta negativamente quando queremos gerir ativamente a floresta”, alerta. Outro aspeto negativo é a “falta de reconhecimento” a quem trabalha e investe nas florestas, desmotivando ainda mais o setor: “É urgente que os políticos, a comunidade e sociedade reconheçam que é preciso diferenciar quem trabalha na floresta”.
Em matéria de balanços, também João Gonçalves, Presidente do Centro PINUS, concorda que não se registam grandes evoluções nestes 29 anos. E a comprovar esta realidade são os sucessivos inventários florestais nacionais a mostrarem que houve uma redução tanto em área como em volume da floresta em Portugal. Outro aspeto assenta na dinâmica da ocupação do solo após os incêndios florestais que também não tem sido a melhor: “Perdem-se grandes áreas de valor florestal para termos áreas de menor valor florestal”.
Também Hilário Costa, Presidente da RESIPINUS, lamenta os desinvestimentos do Estados nas áreas públicas florestais, a falta de políticas de incentivos e, mais uma vez, a necessidade de um cadastro florestal para todo o país, como pontos de estagnação no setor florestal nos últimos 29 anos.
Este trabalho está incluído na edição 97 da Ambiente Magazine