Várias associações ambientalistas defenderam ontem, na Assembleia da República, a “necessidade urgente” de Portugal insistir no encerramento da central nuclear de Almaraz, em Espanha, afirmando que “já chegou ao fim do seu período útil de vida”.
De acordo com o Público, ao falar na Comissão de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação, numa sessão dedicada ao Rio Tejo, António Eloy, do Movimento Ibérico Antinuclear, frisou que a central “deve ser parada definitivamente”, porque “foi feita para durar 30 anos e já está no período de prolongamento da sua vida útil”. Lembrando que, recentemente, foram detetados problemas numa válvula daquela barragem, o ambientalista afirmou que “todas as forças políticas espanholas são favoráveis [ao fecho], com excepção da que está no poder”.
Já Luís Manuel Alegre, da Quercus, centrou a sua intervenção na poluição no rio Tejo, afirmando que tem “origem principalmente na agricultura, na agroindústria e na falta de caudais”, que se devem ao aumento da “utilização da água em Portugal e em Espanha”. Lembrando que nesta terça-feira se assinala o Dia Mundial da Água, o ambientalista também frisou a necessidade de se rever a Convenção de Albufeira e uma melhor fiscalização dos recursos hídricos, “que tem um défice tremendo”. “Assenta numa rede de vigilantes da natureza que é muito pequena. Há muito pouca gente na fiscalização e essa fiscalização é fundamental para que as empresas não lancem poluentes nos afluentes”, afirmou.
Carlos Salgado, da Associação Tagus Vivan, considerou urgente garantir a segurança da central de Almaraz, para se evitar uma “eventual poluição nuclear das águas do Tejo e atmosférica”.