O membro do Movimento Ibérico Antinuclear (MIA) Francisco Castrejón afirmou ontem que a central nuclear espanhola de Almaraz “é um risco inaceitável” para as pessoas, para o ambiente e para o rio Tejo. De acordo com o Público, o responsável, também físico nuclear espanhol, falava em Vila Velha de Ródão, no distrito de Castelo Branco, durante um encontro entre ambientalistas portugueses e espanhóis e a comissão parlamentar de Ambiente, à qual foi entregue um dossiê sobre a central nuclear de Almaraz.
Antes, Francisco Castrejón fez uma pequena intervenção onde abordou os riscos e as preocupações com a central nuclear espanhola, cujo encerramento defende. “A central, hoje, funciona com segurança degradada. Trata-se de um sistema de baixa cultura de segurança que foi denotada ao longo dos anos”, adiantou.
Em declarações à Lusa, o físico nuclear explicou ainda que a central de Almaraz não é encerrada porque já está amortizada e os seus proprietários obtêm 161 milhões de euros por ano em benefícios, antes de impostos.
“As empresas proprietárias são a Iberdrola, Endesa e Unión Fenosa. Estas três empresas são as proprietárias de Almaraz e recebem, antes de impostos, 161 ME por ano. Este é o motivo porque Almaraz não fecha e não se pára para reparar”, afirmou.
Segundo este responsável, uma paragem de seis meses para reparação da central nuclear representaria uma “perda de 80 ME de benefícios”.
Apesar disso, o físico adiantou que já falaram com o conselho de segurança nuclear espanhol, entidade responsável pela supervisão de Almaraz e que é a autoridade que devia parar a central.
“O conselho diz que não existe risco. Diz”, conclui o membro do MIA.