ALU e Lagos promovem debate sobre o impacto das algas invasoras nas praias portuguesas
No próximo dia 27 de novembro, pelas 14h30, realizar-se-á, em Lagos, a conferência “Algas Invasoras: Desafio para Praias mais Limpas”, organizada pela Associação Limpeza Urbana – Parceria para Cidades + Inteligentes e Sustentáveis (ALU), em conjunto com a Câmara Municipal de Lagos. No auditório dos Paços do Concelho Século XXI, reunir-se-ão especialistas para debater o impacto das algas invasoras nas praias e explorar soluções sustentáveis para lidar com este desafio crescente.
A presença destes organismos na costa portuguesa representa um problema significativo para vários municípios, tendo consequências diretas na qualidade ambiental das praias e na economia local. Desta forma, a recolha, o tratamento e a gestão sustentável destas algas, assim como a limpeza das praias, são um processo complexo, estando na ordem do dia definir as melhores abordagens e soluções para o efeito.
O tema está a preocupar muitos municípios costeiros e, por isso, a ALU decidiu promover o debate numa região que tem sido particularmente afetada por este fenómeno: o Algarve. Esta conferência pretende promover a partilha de experiências entre autarquias, academia e especialistas do setor ambiental, com o objetivo de identificar boas práticas e medidas que possam mitigar o impacto negativo das algas invasoras nos territórios, num trabalho a que a ALU pretende dar continuidade.
O debate iniciar-se-á com a reflexão de Rui Santos, do Centro de Ciências do Mar da Universidade do Algarve, sobre o papel destas espécies de plantas no ecossistema marinho. A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) irá refletir sobre os efeitos da proliferação das algas na qualidade da água em Portugal, atualmente. Seguir-se-á Francisco Machado, da Easy Harvest, uma start-up nacional que desenvolveu uma tecnologia inovadora para recolher esta espécie de algas invasoras da água e transformá-las num recurso em vez de num resíduo.
Diretamente de Espanha, Manuel Cardeña, Presidente da Mancomunidad de Municipios de la Costa del Sol Occidental, será convidado a partilhar a experiência desta região na gestão de algas invasoras, recorrendo a práticas responsáveis e ao aproveitamento deste recurso para benefício económico e ambiental.
O Município de Lagos, por sua vez, também irá partilhar as estratégias e ações que implementa, revelando desafios, lições aprendidas e soluções em prática. O evento culminará na realização de uma mesa-redonda sobre como abordar o fenómeno das algas invasoras no que diz respeito à limpeza de praias, na qual participam representantes dos municípios algarvios de Lagos e Lagoa e também de Cascais.
Hugo Pereira, Presidente da Câmara Municipal de Lagos, destaca que se trata de “um momento determinante para a consciencialização e tomada de posições face a esta problemática que, ao longo dos últimos tempos, tem vindo a marcar posição regular na nossa linha de costa e a desafiar de forma intensa e persistente a ação municipal e, consequentemente, todos os agentes com responsabilidades partilhadas na área”.
“Em Portugal, várias cidades estão a ser confrontadas com o fenómeno de algas invasoras. Este é um desafio que, embora recente, tem impactos elevados na qualidade ambiental das zonas balneares e nas economias locais, afetando seriamente o turismo, o trabalho de limpeza das praias e a perceção destas áreas para as pessoas. Não temos ainda conhecimento de soluções ideais, o que torna urgente a colaboração entre os diferentes setores para juntos transformarmos um problema emergente em oportunidades de gestão sustentável. As algas invasoras são um exemplo claro de como os desafios ambientais exigem soluções conjuntas e inovadoras”, afirma Luís Almeida Capão, presidente da Direção da Associação Limpeza Urbana.
“Ao organizarmos esta conferência, com o apoio do Município de Lagos, a ALU coloca um tema que preocupa muitas cidades na agenda nacional, comprometendo-se a continuar a trabalhar neste assunto até que o seu impacto, quer junto dos nossos associados, quer junto dos restantes municípios do país, seja minimizado, e possamos finalmente transformar as algas invasoras num recurso valioso”, conclui o responsável.
As inscrições são gratuitas e estão disponíveis aqui.