A Águas do Alto Alentejo assinalou na passada sexta-feira, 21 de julho, no Auditório Municipal do Crato, o primeiro aniversário da sua atividade comercial com a conferência “Gestão de Água: Futuro Sustentável”, onde foi debatida a importância de adaptar as instituições a modelos de gestão de água sustentáveis e que promovam um consumo consciente, garantindo o acesso a este recurso.
O Presidente do Conselho de Administração da Águas do Alto Alentejo, Hugo Hilário, sublinhou a importância da criação da empresa, destacando a concertação entre os 10 Municípios aderentes, no sentido de gerir os recursos disponíveis de forma consciente e eficiente.
Deste primeiro ano, destacou o “investimento superior a 7 milhões de euros, destinado ao alargamento e remodelação da rede, garantindo o abastecimento de água à população, incluindo a territórios onde nunca tinha existido este serviço, e operando hoje em, aproximadamente, 4 dos cerca de 6 mil quilómetros da área do distrito de Portalegre, com 4 centros operacionais e mais de 50 funcionários”.
A importância do investimento contínuo na rede hidráulica para combater problemática como as perdas de água a nível municipal e a gestão integrada dos recursos foram tópicos centrais da sessão de mesa-redonda, moderada por Ricardo Campos, Presidente do Fórum de Energia e Clima, e que reuniu Carlos Martins, CEO da EPAL e AdVT, Miguel Nunes, Vogal do Conselho de Administração da ERSAR, e André Matoso, Diretor da ARH do Alentejo da Agência Portuguesa do Ambiente.
Carlos Martins reforçou a importância do trabalho e investimentos continuados, dando como exemplo os trabalhos feitos pela EPAL nos anos 90 e que só seis ou sete anos depois mostraram os seus resultados, sendo agora necessário voltar a investir para manter o padrão de qualidade. Nessa linha, Miguel Nunes relembrou que as agregações como a AAA “são mecanismos extremamente importantes para se alcançar a gestão verdadeiramente profissionalizada e de qualidade”.
Joaquim Diogo, Presidente da Câmara Municipal do Crato, focou na construção da Barragem do Pisão para o abastecimento de água e diversificação das atividades económicas da região.
Para trazer a debate a perspetiva de defesa dos consumidores, Marta Mesquita Pais, da DECO PROTESTE, fez uma apresentação centrada na percentagem preocupante de desperdício de água a nível municipal, apontando caminhos para que as empresas de gestão possam ir ao encontro das necessidades dos consumidores.
Chamado a intervir sobre as oportunidades de financiamento para o setor da água, o deputado à Assembleia da República, Ricardo Pinheiro, sublinhou a importância da adaptação da gestão hídrica a modelos sustentáveis, alinhados com a visão europeia, saudando a Águas do Alto Alentejo pela visão e trabalho desenvolvido, que considera adequado ao futuro da região.
Na sessão de encerramento, Gonçalo Rodrigues, Secretário de Estado da Agricultura, abordou a relação indissociável entre a gestão da água e a atividade agrícola, defendendo que um futuro sustentável passa por garantir que “o presente também o é, através da educação e do desenvolvimento de projetos que visem encontrar soluções para as problemáticas associadas às alterações climáticas”, nas quais se inclui a seca, altamente sentida no território do Alto Alentejo, e que afeta diretamente a agricultura.