Alterações nas licenças de descarga das ETAR de Riachos e Torres Novas obrigam a investimento de 245 mil euros
As águas residuais urbanas apresentam teores elevados de compostos com fósforo, dado tratar-se de um dos principais constituintes dos detergentes, o qual é removido em parte nas ETAR por meio do tratamento biológico através da incorporação celular, o que implica variações na capacidade de remoção em função do estado da biomassa e da concentração na entrada da ETAR.
As ETAR e sistemas de saneamento de Riachos e Torres Novas requalificados pela Águas do Ribatejo, em junho de 2015, representam um investimento de oito milhões de euros incluído num de 30 milhões de euros de investimentos previstos para o Município de Torres Novas. A entrada em funcionamento destas ETAR permitiu um tratamento eficiente das águas residuais urbanas produzidas e servem uma população de 40 mil pessoas.
Face às novas licenças emitidas pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) que alteraram as anteriores condições de descarga, foi necessário introduzir etapas de remoção química de fósforo, para aumentar a capacidade de remoção deste componente, recorrendo a coagulantes como o cloreto férrico ou o sulfato de alumínio para garantir o cumprimento de um valor limite de 3 mg/l. As obras necessárias, iniciadas em agosto de 2010, têm um custo de 245.732,48 euros e estão em fase de conclusão.
O presidente da Câmara Municipal de Torres Novas, e vogal do Conselho de Administração da Águas do Ribatejo, Pedro Ferreira, frisa a importância da eficiência dos sistemas de tratamento na melhoria da biodiversidade e da qualidade das águas da Bacia do Almonda: “A água que devolvemos ao Almonda vai devidamente tratada e transparente como se pode ver nas linhas de descarga à saída das ETAR e Riachos e Torres Novas”, explica.
O autarca recorda o plano de intervenção que a Águas do Ribatejo está a desenvolver no concelho de Torres Novas com a construção de novas ETAR e sistemas de tratamento na Chancelaria/Pedrogão, Lapas/Ribeira Branca, Fungalvaz, Alcorochel, Lamarosa e Rexaldia com investimentos superiores a 20 milhões de euros que irão dotar o concelho de uma cobertura de saneamento de qualidade.