Alterações climáticas são tema central na 71ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas
A 71ª Assembleia Geral das Nações Unidas começou dia 20 de setembro, em Nova Iorque. Mais de 140 chefes de Estado devem participar nos discursos realizados para os 193 Estados-Membros, por parte do orgão deliberativo, representativo e normativo das Nações Unidas. Este ano a assembleia foi convocada sob o tema “Objetivos do Desenvolvimento Sustentável: um impulso universal para transformar o nosso mundo”, incluindo o Objetivo #13: Tomar medidas urgentes para combater as alterações climáticas e o seu impacto.
Nesta semana com os líderes mundiais é uma oportunidade para o Reino de Marrocos promover a 22ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a decorrer em Marraquexe de 7 a 18 de novembro de 2016. Salaheddine Mezouar, Ministro dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação irá participar numa série de eventos paralelos e reuniões bilaterais, destinadas a reforçar e a promover as iniciativas climáticas de Marrocos, no domínio da energia, agricultura, capacitação, adaptação e financiamento; debater os problemas do aquecimento global que afetam os países mais vulneráveis e estados insulares; e mobilizar a comunidade internacional para uma ambiciosa agenda de ação climática global em Marrocos para implementar o Acordo de Paris.
O presidente da assembleia-geral da ONU, Peter Thomson, o primeiro de uma nação das ilhas do Pacífico (Fiji), sublinhou a necessidade de actuar contra as alterações climáticas, a fim de evitar o seu impacto negativo. “Estamos constantemente a trabalhar na ratificação do Acordo de Paris. Não podemos atrasá-lo mais.”
O presidente brasileiro, Michel Temer, afirmou o compromisso do seu país nesta luta contra o aquecimento global. “Vou apresentar as ferramentas do Brasil para a ratificação do Acordo de Paris”.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, durante o seu último discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU), fez um apelo à comunidade internacional para continuar a trabalhar em conjunto na resolução dos problemas globais, incluindo as mudanças climáticas. “O Acordo de Paris dá-nos a estrutura para atuar, mas só se aumentarmos a nossa ambição” referiu.
Por outro lado, e como primeiro Chefe de Estado de um país africano a intervir na Assembleia Geral das Nações Unidas, Idriss Déby Itno, presidente do Chade, reforçou a importância de trabalhar com a comunidade internacional na luta contra o aquecimento global no continente. “Não se trata de fazer caridade com África, mas sim de estabelecer uma parceria com o continente para combater os desafios climáticos e globais”.
A tradicional ronda de discursos durante a Assembleia Geral das Nações Unidas começa com o Secretário Geral da AGNU, seguido pelo seu Presidente, o presidente do Brasil (o primeiro Estado-Membro a intervir no debate geral desde a 10ª sessão da Assembleia Geral) e o presidente dos Estados Unidos (país anfitrião). Para os restantes Estados-Membros, a ordem de intervenção é baseada no seu nível de representação, preferência e outros critérios, tais como o equilíbrio geográfico.