Depois de se tornar no maior lago artificial da Europa e de permitir a irrigação de cerca de 100 mil hectares de terras, a barragem de Alqueva está agora a ser a causa de uma autêntica revolução na agricultura do Alentejo.
Graças à água, vira-se a terra para o cultivo do melão, hortícolas ou amêndoa. Mas há um problema que se levanta, recorda o Correio da Manhã: o preço da água é demasiado elevado.
Contando todas as variantes, o preço médio do metro cúbico de água no Alqueva ronda os 13 cêntimos, o que faz com que 100 hectares, que necessitam de 80 mil m3 de água, signifiquem um custo de 10 mil euros por ano.
O presidente da EDIA, José Pedro Salema, considera que o preço devia descer 20% mas diz que isso só seria possível por decisão e respetiva dotação orçamental do Governo. “Nós temos dois mil quilómetros de rede, com elevados custos de manutenção, fazemos elevação a uma cota de mais de 100 metros e a energia representa 80% do custo total, pelo que a EDIA não pode, sem ajuda, baixar o preço”, diz José Pedro Salema.
Apostar na produção de energia fotovoltaica e no emparcelamento pode ajudar à redução do preço da água. “Há 22 mil hectares em parcelas inferiores a cinco hectares, com custos enormes de regadio; e nós temos o estigma do arrendamento, o que urge combater”, afirma o presidente da EDIA.