Desde o final de 2024 que o município de Albufeira está a desenvolver um projeto com o Fundo Ambiental e a Agência Portuguesa do Ambiente, no âmbito de um protocolo assinado entre as três entidades, que tem por objetivo promover o controlo ativo de fugas, através da implementação de equipas e meios de deteção e reparação de roturas na rede de distribuição em baixa. O projeto é financiado pelo Fundo Ambiental até ao montante de 85 mil euros.
O presidente da Câmara Municipal de Albufeira, José Carlos Rolo, sublinha que “a medida é bastante importante, uma vez que contribui para a redução de perdas e o aumento da eficiência hídrica no concelho”.
“Devido à situação de seca que se vive no Algarve era imprescindível e urgente ponderar seriamente soluções destinadas a mitigar a falta de água na região”, pelo que a autarquia implementou um conjunto de medidas, das quais destacamos: o fecho das fontes ornamentais; o encerramento das piscinas; a suspensão dos contadores para rega; a restruturação dos espaços ajardinados com a substituição de espécies de elevado consumo hídrico por plantas autóctones, mais adaptadas às condições climatéricas da zona; implementação de sistemas de rega gota a gota; instalação de medidores de pressão para efeitos de monitorização, otimizando, desta forma, o abastecimento de água da rede pública para rega e a requalificação e utilização de infraestruturas hidráulicas centenárias de rega (poços e noras) que permitem a utilização para outros fins, como a lavagem de pavimentos e de contentores de resíduos sólidos urbanos.
José Carlos Rolo faz ainda questão de afirmar que “as perdas de água representam um desafio enorme para os sistemas de abastecimento público de água, comprometendo a sustentabilidade ambiental e financeira dos municípios”. Para resolver o problema, a autarquia lançou um concurso público com vista à pesquisa ativa de fugas com recurso a geofones – equipamentos de alta sensibilidade e precisão”. O serviço, executado por uma equipa especializada em deteção de fugas com recurso a geofone acústico, faz a inspeção e mapeamento da rede, identificando as áreas prioritárias para a pesquisa de fugas, com base em informação disponibilizada pelo sistema de gestão da rede.
Após a georreferenciação das localizações com eventuais fugas, realiza-se a descrição de fugas detetadas, incluindo a localização exata, a gravidade da fuga e o tipo de pavimento em que a mesma ocorre. A prestação do serviço tem a duração de 10 meses ou até ao limite de 74.200 euros.
O autarca destaca que “a adoção destas medidas é prioritária, uma vez que contribui para a redução de perdas e a melhoria da eficiência hídrica” de um concelho eminentemente turístico, que no verão “se vê a braços” com um aumento exponencial do consumo de água, tendo por isso que acautelar a implementação de um sistema fiável e com o menor número de fugas possível.