O Município de Albergaria-a-Velha anuncia a criação de uma Rede de Hortas Biológicas, depois de o projeto piloto da Horta Biológica da Lapa ter sido um sucesso. Nesse sentido, foram assinados novos acordos de utilização, foi apresentada a regulamentação necessária para a atribuição dos talhões pelo período de 36 meses e promoveu-se uma formação para os novos agricultores.
Para a vereadora Sandra Almeida, as hortas biológicas têm um papel fundamental na promoção da coesão social, na redução da pegada ecológica e do desperdício, bem como no fortalecimento das relações da comunidade.
Em 2021, o município impulsionou a criação da primeira horta biológica, situada na Lapa, freguesia de Albergaria-a-Velha e Valmaior, composta por 28 talhões para cultivo, quatro dos quais sob a forma de canteiros elevados, destinados a pessoas com mobilidade condicionada, dois compostores, um tanque para rega e um anexo para a armazenagem de ferramentas.
Um ano depois, os munícipes já recolhiam alface, pimento, salsa, cebola, alho francês, tomate, cenoura, beterraba. Com a Horta Biológica da Lapa, o Município proporcionou à população local conhecimentos e ferramentas para a prática da agricultura biológica e da compostagem.
Manuel Caires foi um dos munícipes participantes. Tem um canteiro, recheado de favas, couves, alho francês, alface, tomates e pimentos. Vem à horta cerca de duas vezes por semana e, para o reformado e 71 anos, este espaço é “um entretém”, que o ajuda a passar o tempo, em contacto com a natureza, e permite também poupar algum dinheiro no supermercado.
Ao contrário dos seus vizinhos, Anabela Pereira não percebia nada de agricultura ou como cultivar uma horta antes de receber o seu talhão. Na verdade, candidatou-se ao projeto para proporcionar uma experiência pedagógica à sua neta. “Quero que ela tenha contacto com a terra, que saiba como se plantam os alimentos”, diz. A neta é habitualmente a sua companhia quando vai tratar do talhão e já é capaz de identificar as várias plantas.