No Dia Mundial da Água, dia 22 de março, o Município de Albergaria-a-Velha apresentou o Museu e Arquivo Histórico dos Recursos Hídricos, que irá aproveitar a estrutura da antiga Fábrica de Papel de Valmaior, com uma construção bruta de 2300 m2. O novo equipamento vai ser constituído por uma zona de acolhimento, núcleo museológico com espaço expositivo, depósito e arquivo, sala de leitura, espaços técnicos, gabinetes de trabalho, um pátio interior e uma zona verde nas margens do Rio Caima. De acordo com o estudo prévio desenvolvido pelo AnC Arquitetos, vai haver ainda um espaço museológico relacionado com a atividade da Fábrica de Papel e uma praça central exterior para o usufruto da comunidade.
“Será um espaço de enriquecimento cultural e também de preservação ambiental”, resumiu Delfim Bismarck, vice-presidente da Câmara Municipal, que salientou ainda a existência de um quadro técnico qualificado no Arquivo Municipal para dar conta deste novo desafio. António Loureiro, presidente do município, também destacou o trabalho dos técnicos, quer do Município, quer da APA, tendo ressalvado que este projeto nasceu a partir das conversas e troca de impressões “de quem está no terreno”.
Antes da construção do Museu e Arquivo Histórico, vai decorrer, este ano, a reabilitação do Rio Caima, numa extensão de sete quilómetros, com a criação de cordões ecológicos, que respeitem o ecossistema da zona ribeirinha, bem como a construção de um trilho pedestre. A nora vai ser também reposicionada na margem, que terá um anfiteatro e uma área pedagógica com “jogos de água”, numa área que pretende estreitar a relação da comunidade com o rio.
“Avalia-se o nível cultural de um povo pela forma com trata a água e os rios”, afirmou José Pimenta Machado, vice-presidente da APA (Agência Portuguesa do Ambiente), que acredita que este projeto ficará para a História.
Neste dia em que se celebrou a água, a APA e o município apresentaram a segunda exposição “Recursos Hídricos: História, Sociedade e Saber” com vários documentos, instrumentos e outras peças relacionadas com a atividade dos técnicos dos recursos hídricos, que irão integrar o futuro museu. Durante a tarde, foi ainda realizada uma visita ao depósito do Arquivo Histórico, para onde será transferido, de forma faseada, o acervo histórico documental da APA relativo aos recursos hídricos, que será tratado de forma a garantir a sua melhor preservação e futura divulgação online.