A Ambiente Magazine esteve à conversa com Duarte Ferreira da Costa, diretor administrativo da BHB, e Carlos Pedro Ferreira, CEO da QART, que nos apresentaram a AirSense, a joint venture que resulta da união destas duas empresas com vista a preencher um vazio no mercado da monitorização da qualidade do ar.

O que é a AirSense?
A AirSense é a joint-venture de duas empresas líderes em Portugal – a BHB para as soluções/ medições de referência e a QART para as soluções indicativas – que num modelo ímpar conjugam as suas capacidades para colmatar uma lacuna de mercado, que é a possibilidade de integrar medições indicativas e medições por métodos de referência no domínio da monitorização da qualidade do ar.
A análise da qualidade do ar, seja por métodos indicativos ou por métodos de referência é um paradigma para muitas instituições, que acreditam ter de escolher a priori qual o caminho, muitas vezes acreditando estar a decidir entre opções concorrentes. As soluções da AirSense comprovam precisamente o contrário, que é na complementaridade que existe o valor acrescentado e a certeza de um resultado final que supera quaisquer expectativas.
O que vos diferencia face a outros intervenientes no mercado?
O conceito e a forma como o aplicamos. A AirSense não comercializa produtos, mas soluções desenvolvidas especificamente de acordo com as necessidades de monitorização da qualidade do ar do Cliente. Estas soluções não são desenvolvidas por uma start-up ou por um fabricante de dispositivos, mas sim por duas empresas muito experientes, líderes incontestáveis cada uma delas no mercado nacional e muito provavelmente no mercado Ibérico e por isso com provas dadas no, e para o mercado, e que podem em conjunto assegurar o que nenhuma empresa consegue: a complementaridade.
As nossas soluções podem integrar desde estações indicativas, a estações móveis referência, a drones, estações fixas de referência… o que o Cliente necessitar para atingir os seus objetivos na monitorização da qualidade do ar.
Connosco o Cliente, mesmo sem conhecimento aprofundado na matéria, é acompanhado no processo de construção da sua rede, podendo criá-la de forma interativa e com um elevado grau de certeza no resultado final.
As monitorizações efetuadas pelas redes AirSense pretendem substituir as redes nacionais que utilizam os métodos de referência?
De forma alguma. Antes de mais convém esclarecer que as redes nacionais estão integradas numa rede europeia que não é facultativa para qualquer país da União Europeia – a monitorização é obrigatória e tem de seguir os métodos de referência.
Uma rede de monitorização pelos métodos de referência não está ao alcance de qualquer entidade ou instituição. Além de extremamente dispendiosa, requer uma manutenção contínua e recursos humanos muito qualificados para a análise crítica dos dados obtidos e reportados à UE.
O nosso objetivo é o de complementar estas redes e aumentar a sua capilaridade, nomeadamente, nas regiões urbanas onde o fenómeno de poluição é mais grave ou nas regiões onde as redes nacionais não chegam.
Para que tal seja possível, teremos de conseguir disseminar o valor acrescentado das soluções complementares, baseadas sobretudo em métodos alternativos aos de referência, que apresentam um custo reduzido na sua implementação e manutenção. Quanto mais estações, maior a capilaridade, maior a abrangência das redes.
As redes nacionais só têm a ganhar com o modelo preconizado pela AirSense. O nosso objetivo último é que existam soluções à medida, onde quer os métodos de referência quer os métodos indicativos possam coabitar para que haja um conhecimento mais aprofundado da qualidade do ar nos territórios continentais e nas ilhas.

Quais as vantagens deste tipo de avaliação das qualidades do ar, face a metodologias tradicionais?
Como referido nas questões anteriores o AirSense é uma solução e não um produto, não é uma utopia, mas algo fazível que inclui por definição o estudo detalhado das necessidades e das características da área onde se vai proceder à monitorização da qualidade do ar. Logo à partida, existe um valor acrescentado que não é comum as empresas oferecerem.
A AirSense presta o seu incondicional apoio e suporta a decisão do Cliente. Aliás esta é a genética das duas empresas fundadoras que são reconhecidas desde sempre pelo suporte à decisão e tempestivo apoio aos seus Clientes.
O tipo de estação (indicativa ou de referência) é apenas um meio para atingir o objetivo, é a ferramenta. As estações indicativas, como o próprio nome indica, dão-nos uma indicação muito fidedigna da qualidade do ar e do ruído num dado ponto – são a ferramenta ideal para iniciar o estudo e a implementação de uma rede. As estações de referência permitem balizar quão perto as estações indicativas estão da realidade.
Não propomos nada que não tenha sido já feito por todos os países da UE, incluindo Portugal, aquando da criação das suas redes de referência. A grande diferença é que o estudo ambiental é feito por meios não existentes à data. Não haja dúvida que os métodos indicativos são uma excelente forma de proceder aos estudos preliminares ao desenvolvimento de uma rede, com um custo/ benefício bastante baixo e uma elevada eficácia.
Quais são os clientes típicos deste tipo de soluções?
À partida diria que qualquer indivíduo, instituição, empresa ou conjunto de empresas que tenha preocupações com a qualidade do ar que respiram. Os portos marítimos, terminais de cruzeiro, gares ferroviárias, aeroportos ou outros similares, por definição, são um local obrigatório para este tipo de soluções.
Já as municipalidades e zonas protegidas são os Clientes onde temos tido maior penetração de mercado. No entanto, já temos também instalado esta solução em comunidades intermunicipais, parques industriais e tecnológicos, centros de investigação e redes de transporte.
O nosso objetivo é estender esta solução a unidades hoteleiras, centros comerciais ou recintos de espetáculos, todos os espaços em que exista uma grande concentração de pessoas ou em que o bem-estar e a qualidade do ar são importantes.
Afirmava que a AirSense tem um modelo de negócio diferente, em que se distingue?
O modelo de negócio é simples e sobretudo flexível: o Cliente define os seus objetivos de monitorização e a AirSense faz o estudo preliminar sem custos associados. Após este estudo, podemos então sugerir diversas ferramentas para atingir os resultados desejados. Dependendo dos objetivos de monitorização, da estratégia do Cliente ou mesmo do grau de envolvimento que pretende ter com a monitorização, podemos sugerir a aquisição de estações, a aquisição apenas de dados de medição, a aquisição de algumas estações e de dados… o que melhor se adequar. É importante referir que a “mesma receita” não se aplica a todos os casos.
Concluindo, com a AirSense o Cliente terá logo à partida um plano para a criação de uma rede de monitorização de qualidade do ar, que interativamente poderá ir desenvolvendo de acordo com os seus desejos e disponibilidades.
Tratando-se de uma joint-venture tão recente, como é que os clientes podem conhecer as vossas soluções?
A AirSense está essencialmente acessível por intermédio do seu website, onde poderá conhecer as nossas soluções e contactar-nos. No entanto, o mercado conhece muito bem as empresas fundadoras, pelo que será natural que muitos dos contactos provenham das empresas BHB e QART.
*Esta entrevista foi publicada na edição 107 da Ambiente Magazine.