AIE: “O mundo precisa urgentemente de focar a sua atenção, com precisão de laser, na redução das emissões globais”
A Agência Internacional da Energia (AIE) alertou esta quarta-feira que o “sistema global de energia deve realizar transformações rápidas e maciças para limitar as mudanças climáticas”, pode ler-se no site da Lusa.
“O mundo precisa urgentemente de focar a sua atenção, com precisão de laser, na redução das emissões globais”, disse o diretor executivo da agência, Fatih Birol, com sede em Paris, ao apresentar o relatório anual que aborda áreas como a economia de energia, declínio do petróleo e desenvolvimento de eletricidade renovável. “Isso requer uma grande coligação de governos, investidores, empresas e todos aqueles comprometidos com o combate às mudanças climáticas”, acrescentou.
No ano passado, a exigência de energia aumentou significativamente, assim como as emissões de dióxido de carbono (CO2), e é provável que essa tendência continue.
Como acontece todos os anos, a AIE publicou vários cenários: um extrapola as políticas energéticas existentes hoje, o outro leva em conta as mudanças induzidas pelos objetivos políticos futuros – mas que permanecem insuficientes. Apenas um terceiro cenário revelou o que deve ser feito para limitar as emissões de acordo com os objetivos do Acordo de Paris, para conter o aquecimento bem abaixo de 2 graus, e mais tarde a 1,5 graus, em comparação com o período pré-industrial.
Este último – o cenário do desenvolvimento sustentável – “exige mudanças rápidas e generalizadas em todo o sistema energético”, alertou a AIE. E “não existe uma solução única ou simples para transformar os sistemas globais de energia”, sublinhou Birol. Primeiro, estimou-se que a exigência de energia seja menor em 2040 do que é hoje, apesar do crescimento da economia global, através de esforços ao nível da eficiência energética.
Contudo, tal não está a progredir suficientemente rápido, já alertara a AIE num relatório publicado no início de novembro. Em dez anos, nunca progrediu tão lentamente quanto em 2018: com um aumento de 1,2%, está bem abaixo dos 3% necessários.