Águas do Tejo Atlântico quer atingir a “mais baixa pegada carbónica por volume de atividade” em Portugal
A Águas do Tejo Atlântico definiu uma estratégia para os próximos três anos sob o mote “Inspirados pelo Futuro” com cinco pilares estratégicos: resiliência, digitalização, parcerias sustentáveis, economia circular e neutralidade carbónica. Nuno Brôco, presidente do Conselho de Administração da Águas do Tejo Atlântico, durante a Conferência “O Caminho da Inovação”, promovida pela Águas do Tejo Atlântico, em Lisboa, fez uma abordagem sucinta desses pilares (ver também Águas do Tejo Atlântico com “estratégia para a ação” e Digitalização tema “crítico” para Águas do Tejo Atlântico).
Ao nível do pilar da economia circular o responsável considera que “Somos bastantes ambiciosos, recordo que as empresas antecedentes da Águas do Tejo Atlântico, nomeadamente a SimTejo, foi uma das empresas em Portugal a iniciar de forma mais estruturada o tema da reutilização”. Sendo assim, a Tejo Atlântico quer ser o centro de competências do tema da economia circular, a água para reutilização é um desses pilares, o número de reutilização em 2023 remete para um volume de 3,2Mm3. “Quase metade daquilo que o país reutilizou, mas muito menos do que aquilo que deveríamos ter reutilizado em termos de país”, acrescenta Nuno Brôco, complementando que “identificamos que há aqui um enorme potencial de crescimento, estamos a trabalhar com vários municípios neste sentido”. Mas se a economia circular não se reduz à água, a Águas do Tejo Atlântico tem outros projetos neste sentido, por exemplo ao nível da valorização de lamas, “onde teremos novidades dos próximos dias”, bem como o trabalho que está a fazer na valorização de subprodutos, sobretudo da fileira industrial, com o aumento da produção de energia.
O último pilar estratégico abordado pelo presidente do Conselho de Administração da Águas do Tejo Atlântico foi o da neutralidade carbónica, onde mais uma vez a palavra ambição foi o tónico. “Temos aqui uma ambição enorme, acreditamos que vamos ser a empresa de saneamento em Portugal com mais baixa pegada carbónica por volume de atividade”, avançou o responsável. Para isso a entidade tem em curso e dentro de dias será lançado um concurso para a implementação de17 novas instalações fotovoltaico dentro do perímetro das suas instalações. Irá também lançar o concurso da primeira hidrólise térmica de lamas a ser construída em Portugal, para aumentar a sua produção de energia e diminuir a quantidade de lamas que produz. “Porque a energia não é o único contributo para a pegada carbónica, queremos introduzi-la como variável de decisão nos nossos projetos de investimento. Cada decisão deve ter esta ambição”, refere ainda o responsável. O Tejo Atlântico em 2023 tinha uma autonomia energética de 23,7%, em 90 GW/hora/ano, com recursos próprios ou renováveis. Até 2030 prevê gastar 59 milhões de euros em investimento em medidas de aumento de produção energética e aumento da eficiência energética.´
Terminado a apresentação da estratégia da entidade para os próximos anos, o responsável fez questão ainda de frisar que “também consideramos que é importante prestar contas, nessa linha de raciocínio a Tejo Atlântico está a monitorizar esta estratégia e trimestralmente os indicadores das variáveis mais importantes desta estratégia serão divulgados. Temos hoje uma cultura de transparência e prestar contas.”
Por Pedro Chenrim