O presidente do Conselho de Administração da Águas do Tejo Atlântico, Nuno Brôco, indica que a procura de Água para Reutilização (ApR) começa a surgir na cidade de Lisboa de forma ativa por entidades/consumidores importantes. O responsável que interveio durante a assinatura de contrato com Câmara Municipal de Lisboa para fornecimento de ApR, anunciou ainda a emissão da Licença, por parte da APA – Agência Portuguesa do Ambiente, para a comercialização desta água na ETAR de Alcântara.

Nuno Brôco, olhando para o futuro, salienta que existem “ambições para esta água”, sendo um dos desafios aumentar a capacidade remanescente de utilização, e que a AdTA está disponível para “partilhar aprendizagem” a este nível com outras entidades do país. Aliás o responsável fez uma síntese do trajeto da exploração da ApR que teve início em 2017, considerando que “há já uma experiência para contar” e que resulta na oficialização através da assinatura do contrato com Câmara Municipal de Lisboa para fornecimento de ApR. E este “pioneirismo” deparou-se inclusivamente com mudanças legislativas e regulatórias ao qual se teve de adaptar, mas foi possível a apresentação de ApR da Classe A pela Fábrica de Produção de Águas da Etar de Beirolas, que permite entre outros a irrigação de vários espaços verdes na cidade de Lisboa. Reforçando que a Licença foi emitida ao abrigo do novo enquadramento legal, com uma avaliação de risco, num processo “desgastante”. Hoje, acrescenta o responsável há um conjunto de resultados de vários espaços a serem regados com esta água, assim como o que foi feito nas Jornadas Mundiais da Juventude e na última edição do Rock In Rio. Avança o responsável que já foram utilizadas ½ milhão de metros cúbicos de ApR, ao longo deste trajeto.
Concluindo o responsável destaca que “estamos num momento em que somos convidados a agir” e que “precisamos de celeridade nos (licenciamentos) processos”.
Águas do Tejo Atlântico e o Município de Lisboa assinaram um contrato para o fornecimento de água+ (ApR: Água para Reutilização)
O contrato agora assinado é resultado de um projeto piloto iniciado em março de 2022, que demonstrou a viabilidade técnica e os benefícios ambientais e económicos da reutilização de águas residuais tratadas em Lisboa. Este período piloto permitiu a rega de espaços verdes emblemáticos como a Zona Norte do Parque das Nações, utilizando água+, ApR de Classe A, pelas nas Fábricas de Água geridas pela Águas do Tejo Atlântico e que se constituiu como um passo importante para a cidade na busca por soluções inovadoras e sustentáveis na gestão do ciclo urbano da água.
Indica a AdTA e a Câmara Municipal de Lisboa que do ponto de vista económico, a utilização de água+ em rega e lavagens é uma solução eficaz que reduz os custos associados ao transporte e tratamento de água potável, além de fomentar a inovação e o desenvolvimento regional.
O acordo de forma geral apresenta os seguintes objetivos das partes:
- Águas do Tejo Atlântico, S.A.: Produzir e fornecer “água+” de elevada qualidade, investindo em infraestruturas e tecnologias necessárias para garantir a conformidade com os parâmetros legais, em total articulação com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA).
- Município de Lisboa: Utilizar a água+ para rega de parques e jardins públicos, expandir a rede de distribuição de água não potável e promover a conscientização ambiental entre a população para promover a rega de espaços verdes e outras necessidades urbanas, reduzindo o consumo de água potável.
Por Pedro Chenrim
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