A Águas do Norte (AdN) apresentou esta sexta-feira, dia 26 de março, numa sessão digital, o seu Plano de Ação para a Transformação Digital. Este plano de ação 2020-2023 representa um investimento global na ordem dos três milhões de euros e permitirá à empresa alcançar importantes objetivos tais como o incremento da capacidade de monitorização remota e de reação a incidentes, o aumento da eficiência operacional e a melhoria do serviço prestado aos utilizadores.
Na sessão de apresentação, José Machado do Vale, presidente do Conselho de Administração da AdN, começou por destacar que o ano de 2020 ficou condicionado pela pandemia da Covid-19, obrigando à “aceleração de algumas medidas”, como por exemplo, ao nível das “comunicações” e dos “sistemas de suporte” para garantir o “normal funcionamento” com a telegestão e do trabalho remoto: “Constatamos que logo no primeiro confinamento as nossas infraestruturas de tecnologias de informação estão preparadas com sucesso para as novas solicitações”. E nestas matérias, “importa enaltecer o esforço e o empenho dos colaboradores que nos permitiu desempenhar a nossa missão sem nunca parar e, ao mesmo tempo, manter a qualidade dos serviços de abastecimento de água e de recolha e tratamento de águas residuais”, afirma. Por isso, salienta José Machado do Vale, em 2020, “atingimos 99,8% de qualidade de água fornecida e 99,9% de água residual rejeitada”.
Já há muito que a digitalização se apresenta como um “driver de transformação” na AdN. José Machado do Vale assegura que tem assumido um “papel importante no processo de transformação”, sendo que a sua implementação tem um “impacto profundo no modelo tradicional e nos resultados da empresa”.
Com os olhos postos no pós-pandemia, a empresa de águas do Norte pretende assim implementar um “novo posicionamento integral e inclusivo” no Plano de Ação para a Transformação Digital. Além de posicionar os colaboradores no “centro da mudança”, este novo plano vai também contribuir para a melhoria do bem-estar e desempenho dos profissionais: “Acreditamos que implementação desta estratégia tecnológica vai libertar os colaboradores de tarefas rotineiras e repetitivas, dando espaço à criatividade para o desenvolvimento de projetos que acrescentam valor à empresa”, vinca. O objetivo assenta assim em “promover uma recuperação e um crescimento inteligente, sustentável e resiliente”, sustenta o presidente do Conselho de Administração da AdN.
[blockquote style=”2″]Os processos de transformação digital não se devem resumir a mudanças de tecnologias[/blockquote]
Coube a Frederico Lopes, diretor de Sistemas e Tecnologias de Informação da AdN, apresentar os diferentes projetos de telecomunicações e de telegestão que estão a ser implementados nos Centros Operacionais da empresa, nomeadamente o novo Sistema de Supervisão e Controlo (SCADA) e o Sistema Gestão Operacional (GERE).
Para o responsável, a transformação digital é um processo que “pode ajudar a alcançar a empresa a atingir os seus objetos” e, ainda, “melhorar os seus indicadores”. Mas, os processos de transformação digital não se devem resumir a mudanças de tecnologias: “São processos de transformação e obrigam a uma mudança de paradigma”, atenta. Segundo Frederico Lopes, um desafio maior deste Plano é obrigar a um “ajustamento do modelo operacional” da empresa, à “exploração de novas áreas de intervenções” ou de “novas tecnologias”. Sendo a telegestão um dos eixos fundamentais deste plano, o trabalho tem sido feito de forma “progressiva” e “faseada” sem cometer grandes riscos, afirma o responsável, acrescentando que, desde o ano passado, a aposta se tem centrado nos “sistemas de telegestão de águas residuais em Alta”, na “modernização dos sistemas de automação”, na “atualização tecnológica dos sistemas de SCADA”, na “introdução de novos automatismos”, em “ajustar processos de tratamento” a “períodos tarifários economicamente mais vantajosos para a empresa”. A decorrer, está também o projeto-piloto de telemetria, instalado no Município de Amarante: “Vai permitir o acesso remoto a mais de 800 contadores instalados no sistema de abastecimento de água em baixa, garantindo dessa forma que as leituras de consumo sejam mais fiáveis e imediatas”. Federico Lopes acredita que, com a utilização desta solução tecnológica, a empresa irá melhorar ainda mais o serviço prestado aos seus utilizadores em baixa.
[blockquote style=”3″]WaterSEE[/blockquote]
No decorrer da sessão realizou-se ainda uma visita virtual à sala de supervisão eletrónica da empresa, a WaterSEE, recentemente renovada e na qual foi instalado o Centro de Operações de Segurança, no seguimento da identificação da AdN, por parte do Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS), como um operador de serviço essencial no setor do fornecimento e distribuição de água potável, de acordo com a legislação em vigor.
A WaterSEE constitui um apoio fundamental e permanente às equipas que no terreno operam as inúmeras infraestruturas de abastecimento de água e de saneamento de águas residuais que se encontram localizadas em todo o norte de Portugal, quer nos 63 Municípios que integram o referido Sistema Multimunicipal, em alta quer nos 8 Municípios que constituem o Sistema de Águas da Região do Noroeste, em baixa, do qual esta empresa é também a respetiva Entidade Gestora.