Reaproveitamento de lamas pela Águas do Douro e Paiva gera 13 milhões de telhas
As lamas resultantes do tratamento da água para o abastecimento público efetuado pela Águas do Douro e Paiva, ao invés de serem encaradas como resíduos, são valorizadas e utilizadas como matéria-prima na produção de telhas na indústria cerâmica. Assim, em 2023, 1.700 toneladas de lamas geraram 13 milhões de telhas. .
A Estação de Tratamento de Água (ETA) de Lever produz, em média, 100 milhões de m3 de água por ano, utilizando um processo de tratamento em várias fases, equipado com os mais avançados meios tecnológicos.
Numa dessas fases, de flotação e filtração em unidades CoCoDAFF (Counter Current Dissolved Air Flotation and Filtration), as águas de lavagem dos filtros e as lamas recolhidas à superfície são encaminhadas para a Unidade de Tratamento de Lamas. Nesta unidade, são desidratadas e sujeitas a processos de espessamento e centrifugação, sendo, posteriormente, encaminhadas para serem utilizadas como matéria-prima na indústria cerâmica.
O processo vem a ser desenvolvido há vários anos e começou com um projeto de investigação, em 2003, que envolveu a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), o Centro Tecnológico da Cerâmica e do Vidro (CTCV) e uma empresa parceira das Águas do Douro e Paiva. Inicialmente as lamas foram incorporadas no fabrico de tijolos e, mais tarde, em telhas, sendo utilizadas como matéria-prima na produção de cerâmicos numa proporção inferior a 3%.
Com esta iniciativa, reduziu significativamente a quantidade de resíduos depositados em aterro, o que implicava custos ambientais e financeiros elevados, transformando esses resíduos num recurso valorizado a 100%. As lamas representam 77% do volume total dos resíduos produzidos pela Águas do Douro e Paiva.
O Presidente do Conselho de Administração das Águas do Douro e Paiva, António Borges, considera que “no nosso País temos exemplos verdadeiramente extraordinários de economia circular muitas vezes desconhecidos. Este é um deles. Este projeto das Águas do Douro e Paiva, nascido da cooperação com a FEUP e o CTCV, insere-se num esforço contínuo e numa cultura empresarial de inovação no sector, há muito instalada na empresa”.