Águas de Portugal reduz défice tarifário global pela 1.ª vez na sua história e aumenta o investimento em 41%
A Assembleia Geral de Acionistas da AdP – Águas de Portugal, SGPS, aprovou as contas consolidadas de 2018, cujo exercício se destaca por ter gerado, pela primeira vez nos 25 anos do Grupo AdP, uma contribuição positiva de 15,5 milhões de euros para a recuperação do seu défice tarifário acumulado e pelo aumento de 41% do investimento realizado.
O exercício económico-financeiro consolidado de 2018 fica marcado pela melhoria significativa dos indicadores chave das operações de abastecimento de água e de saneamento de águas residuais desenvolvidas pelas empresas do Grupo AdP.
O défice tarifário acumulado reduz-se, pela primeira vez, devido à contribuição positiva de 15,5 milhões de euros nas diferentes operações de abastecimento e de saneamento, o que representa uma evolução de 28 milhões de euros face a 2017, ano em que o défice tarifário atingiu o mínimo de 12,5 milhões de euros. No final de 2018, o défice tarifário acumulado era de 650,9 milhões de euros (666,4 milhões de euros no final de 2017).
O ano fica também marcado pela recuperação do investimento, para um total de 133,8 milhões de euros, representando um acréscimo de 41% face a 2017. Destaca-se a entrada em funcionamento, durante 2018, da ETAR de Faro-Olhão e da ETAR da Companheira, em Portimão, responsáveis pelo tratamento de 1/3 dos caudais de saneamento na região do Algarve.
O exercício de 2018 confirma a trajetória de redução do endividamento do Grupo, registando uma diminuição de 112 milhões de euros na dívida financeira líquida que, no final do ano, se situava abaixo de 1.800 milhões euros. Em termos de dívida financeira bruta, a redução nos últimos 3 anos ascende a 490 milhões de euros.
A tendência de redução de dívida deverá acentuar-se em 2019 atendendo a que no decurso do 1.º trimestre deste ano foram celebrados 31 acordos de regularização de dívida com os municípios, com um valor total de 78 milhões de euros, ao abrigo do decreto-lei n.º 5/2019, de 14 de janeiro.
O EBITDA ascendeu a 343, 0 milhões de euros, o que representa uma melhoria de 26,5 milhões de euros (+8,4%) face a 2017. Para esta melhoria concorre o incremento do volume de negócios em 31,1 milhões de euros (5%), para um total de 657,9 milhões de euros, e a consolidação dos gastos operacionais, cuja proporção no volume de negócios se situa agora nos 47,8%.
O resultado líquido consolidado do exercício do Grupo AdP atingiu 87,3 milhões de euros, diminuindo 1,5% relativamente ao exercício de 2017. Esta evolução fica marcada pela descida da taxa de juro de referência utilizada para efeitos de determinação do desvio tarifário, e pela não comparabilidade da função financeira face a 2017, em que se registaram mais-valias pela alienação de participações sociais. Numa base comparável com o ano anterior, o resultado líquido para 2018 aumentaria 12,5% face ao obtido em 2017.
O ano assinalou o 25.º aniversário da constituição da Águas de Portugal e fica também marcado pela assinatura do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).
A resiliência dos sistemas de abastecimento de água ao fenómeno da seca constitui um eixo fundamental de atuação, tendo em 2018 sido celebrado um acordo global entre o Grupo AdP e a EDIA para a concretização de ligações entre o Sistema do Alqueva e os sistemas de abastecimento de água geridos pelo Grupo AdP na região do Alentejo.
Os trabalhos realizados durante o ano conduziram à assinatura, em janeiro de 2019, do contrato de parceria pública para a exploração do sistema integrado de abastecimento e de saneamento em baixa do Alto Minho, que servirá cerca de 200 mil habitantes, arrancando a exploração pela empresa Águas do Alto Minho durante o corrente ano.
“O resultado histórico alcançado com a primeira redução do défice tarifário global do Grupo AdP, a diminuição acentuada do endividamento, a realização de investimentos essenciais no setor da água e a celebração do Acordo Coletivo de Trabalho marcam o nosso ano” refere João Nuno Mendes, presidente do Grupo AdP, destacando também que “os trabalhos realizados permitirão o arranque da nova empresa Águas do Alto Minho já em 2019” e expressando um “profundo agradecimento a todos os trabalhadores pelo seu trabalho e empenho no serviço que realizamos ao país, procurando construir um futuro sustentável em termos ambientais, sociais e económicos”.