No âmbito da 15.ª Semana da Responsabilidade Social, a Águas de Portugal (AdP) coorganizou a sessão “Águas: Rumo a 2030”. O evento realizou-se esta terça-feira em formato online e, este ano, teve como tema central “2020-2030: A Década da Sustentabilidade”.
José Sardinha, vice-presidente da AdP, começou o seu discurso, destacando que o grupo está cada vez mais empenhado em contribuir para a concretização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) no quadro dos princípios do Global Compact das Nações Unidas. E tal reafirmação do compromisso da AdP aconteceu com a subscrição da carta “Business Ambition for 1.5ºC”, que visa reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e contribuir para a sustentabilidade do planeta, “uma ação de grande impacto até porque o grupo é o maior consumidor público de energia elétrica em Portugal”, refere. Da mesma forma, o programa de neutralidade energética do grupo tem, também, um grande impacto no país: “Trata-se de um programa integrado em que não consiste, apenas, na produção de energia autossustentável nas nossas instalações mas começa, desde logo, por implementar uma eficiência energética com a redução de consumo nas nossas próprias instalações”. Nestas matérias, José Sardinha destaca também o trabalho que o grupo já tem em curso onde, além de “produzirmos toda a energia sustentável” através de “fontes renováveis” como a eólica, a fotovoltaica, o biogás ou a hídrica nas condutas de água e ETARs, também “integramos produção de gases renováveis com hidrogénio”.
Para além do compromisso do grupo para com a “neutralidade carbónica” e, ao mesmo tempo, ajudar o país no cumprimento das metas, o vice-presidente da AdP destaca ainda a “pronta resposta” das empresas do grupo AdP no que respeita ao combate da corrupção, através da subscrição da campanha portuguesa anticorrupção: “Essa estratégia também reforça o nosso desenvolvimento sustentável ao libertar recursos e, ao mesmo tempo, criar uma sociedade mais justa e equilibrada”, sublinha. Ainda no âmbito da responsabilidade social, o responsável destaca o compromisso do grupo em não deixar ninguém para trás através de campanhas como “a missão humanitária em Moçambique que mobilizou várias empresas do grupo para restabelecer o abastecimento de água e ajudar as populações locais”. Para José Sardinha, as “pessoas” são quem permite dar respostas e agora, num contexto de incertezas resultado da pandemia, ainda mais importante se torna o papel de todos os trabalhadores que, todos os dias, conseguem “garantir e manter o abastecimento de água com qualidade”, o “tratamento de águas residuais de qualidade” e, também, uma “reutilização dessas mesmas águas”, contribuindo para a saúde pública: “Trata-se de um trabalho invisível mas é preciso trazer à ribalta”.
Sendo esta a década de ação, o responsável não tem dúvidas que é também a “década mais crítica” para a sustentabilidade, havendo a necessidade do “modelo se adaptar”, de forma a que a sociedade continue a ter qualidade de vida. E no quadro deste novo paradigma, não basta que a gestão de topo das empresas esteja comprometida com os objetivos: “Temos de estar todos. A sociedade é de todos”, diz. Foi com base nestes ideais que o grupo AdP lançou um desafio para que todos os trabalhadores do grupo se comprometessem com os demais stakeholders a objetivos estratégicos. Assim, o Quadro Estratégico de Compromisso trata-se de um “alinhamento e mobilização coletiva”, no sentido de “acrescentar valor ao nível da utilidade social” correspondendo às “expectativas” mas, também, às “exigências ambientais”, obtendo “ganhos de eficiência” para “superar melhor os padrões de qualidade e exigências” no âmbito dos “serviços públicos de abastecimento, saneamento e de reutilização de águas residuais”.
Em notas finais, José Sardinha diz que, no rumo que estabeleceram para 2030, o foco passa por garantir um “futuro com qualidade” e “condições” para o desenvolvimento sustentável, quer seja para as várias áreas de atividade, quer seja para o futuro do ambiente.
[blockquote style=”2″]Eficiência das operações está cada vez mais presente[/blockquote]
Alexandra Serra, presidente da AdP Serviços, também marcou presença nesta sessão, reforçando que a “eficiência das operações” é um “tema prioritário” para o grupo e para o setor da Água em geral. E do ponto de vista da responsável, “não é possível falar em sustentabilidade sem ter presente os ODS”. Embora o grupo AdP tenha tido, ao longo dos últimos anos, um excelente desempenho no setor, a responsável chamou a atenção para o facto de não dar para “cruzar os braços”, até porque “a complexidade dos desafios societais” exigem cada vez mais “respostas” e “adoção de soluções sustentáveis e eficientes pelas entidades gestoras, em geral, e pela Águas de Portugal, em particular”.
No âmbito do Quadro Estratégico de Compromisso, a responsável destacou aquela que é a nova visão da AdP: “O grupo deve ser um dos mais eficientes e sustentáveis operadores internacionais na gestão da água e no enfoque da excelência do serviço ao cliente na inovação, na resiliência, na neutralidade energética carbónica e na economia circular”.
Neste sentido, a “eficiência das operações” está cada vez mais presente no grupo, que se prende com a necessidade de se “garantir o fornecimento da água em quantidade e qualidade ao menor custo possível para o consumidor” e com “menor desperdício possível”, garantindo uma “eficiente utilização dos recursos”. Ao mesmo tempo, reforça a responsável, é igualmente fundamental que o “processo de tratamento seja eficiente” no consumo de energia, de reagentes e na produção de lamas: “De facto, o grupo AdP presta um serviço público essencial que deve ser prestado com níveis de qualidade exigidos e ao menor custo possível, salvaguardando o uso eficiente dos recursos”.
A 15.ª Semana da Responsabilidade Social é organizada anualmente pela APEE (Associação Portuguesa de Ética Empresarial) e pela Global Compact Network Portugal para debater os grandes temas relativos à ética, à responsabilidade social e à sustentabilidade.