Água não faturada: SMAS de Sintra mantêm trajetória descendente
Pelo quinto ano consecutivo, os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Sintra (SMAS de Sintra) mantém-se abaixo dos 20% de água não faturada, registando 17,8% em 2023, o que reflete as boas práticas e a continuidade das ações em desenvolvimento na melhoria do sistema de abastecimento de água. Com 17,8% em 2023, os SMAS de Sintra prosseguem a sua trajetória de redução de água não faturada, iniciada a partir de 2014 quando registavam 30,9%, acima do limiar técnico aceitável definido pela Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos (ERSAR). O objetivo é atingir, no final de 2025, cerca de 15%.
Para alcançarem estes indicadores, os SMAS de Sintra têm prosseguido um plano de investimentos de remodelação das redes em vários pontos do concelho de Sintra, num conjunto de intervenções de renovação das infraestruturas mais antigas, com maior índice de roturas, no sentido de melhorar a eficiência da distribuição de água à população e, por outro lado, reduzir as perdas de água. Até 2028, os SMAS de Sintra vão investir, na área do abastecimento de água, cerca de 25 milhões de euros.
Para além da renovação de condutas e ramais, por forma a garantir taxas de renovação de redes dentro dos parâmetros de sustentabilidade, a aposta passa por manter as rotinas de deteção e localização de fugas não visíveis, assim como a remodelação e impermeabilização de reservatórios, como é o caso das empreitadas em curso na Rinchoa e no Reservatório Elevado das Mercês. Entre as ações em curso, são desenvolvidas ainda intervenções no domínio da deteção e eliminação de consumos ilícitos e substituição de contadores.
Aumento de reutilização da água residual tratada
De forma complementar à redução da água não faturada, os SMAS de Sintra pretendem reforçar, ao longo de 2024, a reutilização de água residual tratada (ApR) para fins múltiplos. Nesta área, em que os SMAS de Sintra desenvolvem, desde 2005, o Projeto EcoÁgua, o passo seguinte passa pela reutilização de ApR para a rega de espaços verdes do Parque Urbano da Cavaleira e o futuro Hospital de Sintra, no âmbito da requalificação da ETAR da Cavaleira (que se encontra em curso e representa um investimento de 1,6 milhões de euros).
Para além das instalações da Cavaleira, a reutilização de ApR vai ser fomentada nas ETAR de Sabugo, Montelavar e São João das Lampas, conforme já previsto nos projetos de reabilitação destas unidades, assim como em Almargem do Bispo, cujas obras de reabilitação se encontram em fase de conclusão (no valor de 640 mil euros), e na Azóia (Colares), que vai entrar em trabalhos de ampliação e remodelação em breve, neste caso num investimento superior a um milhão de euros.
Estudo para avanço da dessalinização
Conscientes da importância de procurar soluções para o futuro, em que a água será um bem cada vez mais escasso, os SMAS de Sintra estão a desenvolver um estudo no sentido da construção de uma central de dessalinização, junto à orla costeira do concelho, que permita produzir, diariamente, entre 6 mil e 10 mil metros cúbicos de água para consumo humano. Uma solução complementar ao atual fornecimento de água através da albufeira de Castelo de Bode, que assegura os 75 a 80 mil m3 distribuídos, por dia, no concelho, e que visa garantir um caudal de sobrevivência em situação de emergência ou contingência, assumindo uma função estratégica e de continuidade de serviço.
Criados em maio de 1946, os SMAS de Sintra são a maior entidade municipal gestora ao nível do abastecimento de água, com mais de 195 mil clientes, servindo uma população de mais de 385 mil habitantes, distribuídos por uma área de 320 km². São responsáveis ainda pela gestão dos sistemas públicos de drenagem e tratamento de águas residuais e recolha e transporte de resíduos urbanos a destino final adequado.