Água do Centro Litoral mostra funcionamento da ETAR de Espinho à autarquia
A convite da Administração da Água do Centro Litoral (AdCL), o presidente da Câmara Municipal de Espinho, Miguel Reis, e o presidente da Junta de Freguesia de Paramos, Manuel Dias, visitou na passada quarta-feira, 2 de março, a estação de tratamento de águas residuais (ETAR) de Espinho.
O encontro, enquadrado na política de reforço de proximidade da AdCL com os Municípios que integram a estrutura acionista da empresa, procurou apresentar o funcionamento daquele sistema e o trabalho diário em prol de um ambiente melhor, com objetivo de servir a população, salvaguardando a saúde pública, pode ler-se num comunicado, divulgado pela empresa.
Esta visita “pretende reforçar as sinergias com os Municípios acionistas que integram a AdCL, focando-se na política de requalificações preventivas e efetiva manutenção de ativos”, declarou o presidente do Conselho de Administração, Alexandre Oliveira Tavares.
Por sua vez, o autarca de Espinho sublinhou a importância de existir um “trabalho conjunto” entre ambas as entidades: “O município de Espinho e a Águas do Centro Litoral estão perfeitamente alinhados na missão de melhorar a rede e o serviço de abastecimento de água e de saneamento. Estaremos também empenhados e a trabalhar de forma conjunta e articulada na obtenção de financiamento comunitários para a concretização destes investimentos, no reforço de políticas sustentáveis e na sensibilização para a educação ambiental junto da comunidade”.
Localizada na freguesia de Paramos, concelho de Espinho, a Estação de Tratamento de Águas Residuais de Espinho encontra-se integrada desde o ano 2000, no “Sistema de Despoluição da Barrinha de Esmoriz/ Lagoa de Paramos”. Em 2007, foi sujeita a uma ampliação e remodelação, com vista à receção de novos Municípios, num investimento total de cerca de 10 milhões de euros, cofinanciados em 59% pelo Fundo de Coesão da União Europeia.
“Sempre que venho à ETAR de Espinho, encontro melhorias. Tenho de saudar o trabalho que é feito aqui, que é, de facto, muito relevante numa área bastante sensível da nossa sociedade que é a questão ambiental”, afirmou o presidente da Junta de Freguesia de Paramos, que se mostrou disponível para “ser uma ajuda sempre que necessário”.
De acordo com a AdCL, a ETAR de Espinho recebe e trata atualmente os efluentes provenientes dos concelhos de Espinho, Ovar (freguesias de Cortegaça e Esmoriz) e Santa Maria da Feira (freguesias da Argoncilhe, Lourosa, Mozelos, Nogueira da Regedoura, Paços de Brandão, Rio Meão, Santa Maria de Lamas, São João de Ver e São Paio de Oleiros), representando, no ano horizonte-projeto, uma população de 194 mil habitantes-equivalentes e um caudal de 30 890 m3/dia de águas residuais.
“A solução de tratamento da ETAR de Espinho, baseia-se num processo biológico através de lamas ativadas, em regime de média carga (arejamento convencional), sendo as águas residuais tratadas ao nível secundário. Entre as diversas fases de tratamento, esta ETAR dispõe na linha líquida, de uma unidade de tratamento físico-químico, a qual visa conferir flexibilidade de remoção, em situações de afluência de elevadas cargas orgânicas (por ex. cargas industriais)”, refere a empresa.
A AdCL refere ainda que, após a decantação secundária, o efluente tratado é lançado no meio recetor – Oceano Atlântico, através do Exutor Submarino de Espinho com 2 km de comprimento, localizado perpendicularmente à linha de costa. “Esta ETAR é ainda constituída pela linha sólida, composta por diferentes etapas de tratamento das lamas primárias e secundárias, provenientes da linha líquida, entre as quais se destaca o espessamento gravítico e o mecânico, a digestão anaeróbia (processo biológico), a desidratação (centrifugação) e a cogeração”, destaca a empresa, acrescentando que, “a instalação de cogeração é constituída por 2 cogeradores de 406 kW, os quais se destinam ao aquecimento das lamas e à produção de eletricidade (injetada na rede pública), a partir do biogás produzido no processo”.
Ao longo da exploração da ETAR de Espinho, tem vindo a constatar-se um “incremento na energia produzida e vendida à rede elétrica”, registando-se que esta ETAR apresenta atualmente, uma “autonomia em energia elétrica na ordem de 66%”, destaca a AdCl.