O projeto AgriFLEX da ESAC (Escola Superior Agrária do Politécnico de Coimbra) foi aprovado no âmbito do PRR (Plano de Recuperação e Resiliência), contando com um investimento de cerca de 694 mil euros.
A iniciativa foi uma das cinco aprovadas em Projetos I&D+I – Transição Agroenergética, tendo ficado em segundo lugar, e pretende contribuir para a transição energética na agricultura, promovendo uma atividade agrícola mais competitiva, resiliente e sustentável, através da promoção de energias renováveis, do incremento da eficiência energética, da redução dos custos com energia e, da oferta de serviços de flexibilidade à rede elétrica.
Para alcançar este objetivo, o projeto prevê o desenvolvimento e instalação de soluções agrovoltaicas para produção de hortícolas em estufa e pomares de pequenos frutos, a instalação de soluções de gestão e controlo de equipamentos elétricos que minimizam a fatura energética das explorações agrícolas, a avaliação do potencial de serviços de flexibilidade prestados pela atividade agrícola ao setor elétrico e a execução de ações de capacitação técnica e sensibilização dos agentes do setor agrícola nesta temática.
O projeto tem ainda a colaboração de: AGIM – Associação para os Pequenos Frutos e Inovação Empresarial; Alendão – Floricultura e Apicultura, Lda.; Boca do Lobo, Lda.; CleanWatts Digital, S.A.; COTHN – Centro Operacional e Tecnológico Hortofrutícola Nacional (Centro de Competências); DRAPC – Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro; Detalhe Campestre, Unipessoal, Lda.; Ecoseiva – Agricultura Biológica, Lda.; INIAV – Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária; Nutrix, Lda.; Prilux, Lda.; Quinta do Celão, Unipessoal, Lda.; e Universidade de Coimbra.
Marta Lopes, investigadora da ESAC e responsável pelo projeto, explica que “em Portugal, a oferta de serviços de flexibilidade foi testada apenas em consumidores intensivos de energia, como a indústria, estando em curso um projeto piloto no setor residencial. No entanto, a nível internacional, há situações em que os agricultores já são remunerados por serviços de flexibilidade que oferecem à rede elétrica, ao deslocarem operações como a rega ou a ventilação de estufas para períodos mais convenientes à rede elétrica. Para além de se criarem oportunidades de rendimento adicional à atividade agrícola, as explorações que ajustem o seu consumo de energia elétrica para períodos mais baratos do tarifário e/ou para períodos de produção renovável conseguirão reduzir a sua fatura energética”. .
As explorações agrícolas parceiras, que incluem também jovens agricultores de territórios desfavorecidos e com modos de produção sustentáveis, serão alvo de uma caracterização dos seus processos produtivos. Simultaneamente serão realizados, de forma contínua, ensaios de controlo de equipamentos, associando-os ao potencial de flexibilidade aferido, em particular aproveitando as sinergias criadas por investimentos em autoconsumo e armazenamento cofinanciados por outros programas de financiamento.
Já no que toca às soluções agrovoltaicas, estas serão testadas através da implementação de instalações piloto na ESAC (duas estufas de hortícolas) e no Polo de Inovação da DRAPC, em Viseu.