A Anipla reuniu ontem o setor agrícola para a primeira edição das Jornadas de” Homologação de Produtos Fitofarmacêuticos”, que decorreu no auditório da DGAV, em Oeiras. A iniciativa da associação teve como objetivo principal a criação do espaço e tempo para que o setor agrícola, a indústria fitofarmacêutica, a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) e organizações de produtores, pudessem refletir, em conjunto, sobre as ferramentas disponíveis para proteger as produções agrícolas nacionais.
Dividida em dois painéis, “Avaliação e Autorização” e “Soluções Fitossanitárias”, a sessão contou com cerca de 80 representantes do Ministério da Agricultura, da Indústria e de Associações de Produtores de vários setores, desde o vinho ao azeite, passando pelas frutas, hortícolas e cereais, todos unânimes na partilha da sua preocupação com a necessidade de se anteciparem soluções para fazer face aos desafios atuais e futuros.
No primeiro painel dedicado ao tema “Avaliação e Autorização”, a Anipla e a DGAV fizeram uma análise da situação atual e projeção futura no que respeita à avaliação e autorização de soluções fitofarmacêuticas a nível nacional. No segundo painel, a participação de produtores agrícolas permitiu que fossem partilhados detalhes da experiência prática de quem lida diariamente com as alterações climáticas, as infestantes, as pragas e as doenças das culturas. A experiência e o exemplo prático de alguns dos problemas e desafios caraterísticos de determinadas culturas, foram revelados por Anabela Nave, João Coimbra e João Santos Silva, representantes, respetivamente, das organizações de produtores de Vinho (ADVID), Cereais (ANPROMIS) e do Tomate (CCTI), que integraram os oradores do segundo painel “Soluções Fitossanitárias”, onde foram abordados temas como as Finalidades mal cobertas, as Resistências, a Diminuição de soluções, os Usos menores, as novas ameaças, entre outros.
Para o diretor executivo da ANIPLA, António Lopes Dias, “estas jornadas têm como objetivo ser um momento positivo e de força para o setor, onde podemos pensar em alternativas e recordar passos importantes para serem disponibilizados aos produtores agrícolas portugueses soluções práticas e realistas, que permitam o combate aos problemas que todos os dias assolam as suas explorações. No entanto, foi também um momento de reflexão importante, onde ficou evidente que temos de continuar a acreditar na ciência para podermos produzir com qualidade, em quantidade e segurança”.
Na abertura da sessão, a sub-diretora da Direção de Agricultura e Veterinária, Ana Paula Carvalho, mostrou-se confiante no trabalho desenvolvido em Portugal, mas preocupada com os problemas que sabe estarem a causar grande desconforto no setor. Para esta dirigente “É determinante haver uma aposta eficaz na inovação para a proteção das culturas – procurando soluções que permitam aos produtores portugueses combater eficazmente as pragas e as doenças na produção agrícola”.
Recorde-se que no passado dia 27 de fevereiro a DGAV divulgou os resultados do Relatório de Controlo de Resíduos de Pesticidas em 2016, com dados positivos para o setor agrícola, que tem procurado, através da formação e da partilha das melhores práticas, ser cada vez mais eficiente. O referido relatório revelou que 98,3% das amostras analisadas não apresentavam resíduos ou apresentavam resíduos inferiores aos Limites Máximos de Resíduos (LMR) definidos por lei.