Agências de Energia reclamam “falta de informação” e necessidade de se juntar “esforços”
A RNAE (Associação das Agências de Energia e Ambiente), em coorganização com a Lisboa E-Nova (Agência Municipal de Energia e Ambiente) e a Câmara Municipal de Lisboa e em parceria com a ADENE (Agência para a Energia), promoveu esta quarta-feira um webinar sobre “Os Observatórios de Energia como instrumentos eficientes de gestão”.
Considerados como instrumentos fundamentais de monitorização e gestão de energia e de apoio às autoridades locais, os Observatórios ou Barómetros fornecem os dados necessários à implementação, monitorização e avaliação das políticas energéticas, metas e compromissos assumidos. Com esta sessão ficou bem patente a “falta de informação” e a necessidade de combater esta problemática juntando-se “esforços”.
[blockquote style=”2″]Há tecnologia para fazer o que quisermos[/blockquote]
Luís Castanheira, diretor-geral da ENERGAIA, começou por destacar que o planeta está diante de “grandes desafios” e “movimentos” relacionados com ação climática, “desafios esses que se refletem na necessidade de uma ação local concertada e devidamente informada e contextualizada”. O responsável recordou que há 20 anos, o problema se centrava na “tecnologia” e que, atualmente, “há tecnologia para fazer o que quisermos”. Neste contexto, aquilo que parece estar acontecer é uma clara contradição: “Estamos a andar com a tecnologia para a frente no tempo mas com os processos para trás no tempo. Não adianta ter tecnologia se depois não temos processos que nos permite aplicar essa tecnologia”, sustenta.
Contudo, Luís Castanheira destaca as oportunidades que devem ser tidas em conta, nomeadamente na “colaboração entre agentes” para garantir a “intervenção”,“standardização” e “qualidade dos dados e a sua existência”. E as mudanças constantes é algo que “pode” e “deve” ser evitado se mais intervenientes alinhados tiver nesse mesmo contexto”, declara.
[blockquote style=”2″]Juntar esforços[/blockquote]
Também Manuel Casquiço, chefe do Departamento de Programas e Iniciativas da ADENE, defende a necessidade de se juntar esforços no sentido de ser possível transmitir e apresentar informação e dados. O responsável apresentou a nova versão do “Barómetro eco.ap” que tem como objetivo principal “caracterizar, comparar e divulgar” os consumos (energia, água e materiais) da Administração Pública. Além disso, pretende “monitorizar e avaliar as políticas públicas” definidas para o Estado, “potenciar ganhos de escala e gama” integrando as vertentes hídrica, material e frota, “promover boas práticas” na Administração Pública e a sua “replicação entre as entidades”. Embora o barómetro se foque essencialmente na Administração Central, o responsável esclarece que o mesmo está preparado para as Administrações Regional e Local.
[blockquote style=”2″]Alinhar dados e metodologias[/blockquote]
Já do lado da Lisboa E-Nova, Maria Rodrigues refere que a Agência Municipal de Energia e Ambiente tem um âmbito de ação territorial “muito limitado”, atuando apenas na Área Metropolitana de Lisboa e nos municípios de Lisboa e Amadora, trabalhando com alguns que não têm agência de energia: “Qualquer IPSS (por exemplo) que se situe na Área Metropolitana de Lisboa pode integrar os Observatórios”, tendo apenas que passar um processo de “avaliação” para a sua inclusão.
Ao longo do seu discurso, a responsável quis destacar igualmente a importância de se “alinhar” dados e metodologias.
[blockquote style=”2″]Uniformização da informação[/blockquote]
Em representação da MédioTejo21 (Agência Regional de Energia e Ambiente do Médio Tejo e Pinhal Interior Sul), esteve Rui Henriques que também defendeu a “uniformização” da informação, e que esta não teria que estar “embebida” nos próprios observatórios: “A camada de acesso à informação é igual entre todos (os observatórios)” No limite, tendo um “conjunto de observatórios diferentes, todos eles poderiam utilizar a mesma ferramenta de inteligência para analisar os dados”, constata.