A APA (Agência Portuguesa do Ambiente) vai realizar a estabilização de um bloco rochoso, instabilizado devido à existência de uma falha, localizada na arriba contígua ao Baluarte poente do monumento nacional Fortaleza de Sagres, em Vila do Bispo. A intervenção, segundo a APA, está orçada em 137.860,34 euros, cuja componente comunitária (POSEUR – Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no uso de Recursos) é de 103.395,26 euros e a componente nacional é de 34.465,08 euros.
A obra integra se no conjunto de intervenções constantes do Plano de Ação do Litoral XXI, elaborado pela APA e nas intervenções previstas para a Ponta de Sagres pelo Plano de Ordenamento da Orla Costeira Sines – Burgau. O agravamento da situação, identificado pela Direção Regional de Cultura do Algarve, e o facto de se tratar de monumento com elevada visitação, tornou premente a intervenção, pode ler-se no comunicado da APA.
Tendo por base o cenário geológico do local da obra, a extensão e volume estimado do bloco, a localização e estimada profundidade da falha, tal como as características estruturais do baluarte da Fortaleza de Sagres, será executada uma “solução de estabilização da arriba através da execução de sete alinhamentos de tirantes”. Os consequentes movimentos relativos entre o bloco rochoso e a arriba provocaram “fissuras na zona do baluarte poente”, explica o comunicado da APA. O projeto contempla, assim, a execução de “pregagens”, de modo a prevenir o surgimento de novas fissuras no baluarte.
A empreitada tem uma duração prevista de três meses e será executada pela empresa Geocontrole, Geotecnia e Estruturas de Fundação.
Neste momento, encontram-se em curso as “operações de furação da arriba”, para de seguida proceder-se à “colocação dos tirantes e sua selagem”, que irão “amarrar o bloco em risco à arriba estável”, diz a APA.
Esta ação tem enquadramento na candidatura da APA ao POSEUR (Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no uso de Recursos), no seu Eixo Prioritário 2, com o objetivo de promover a adaptação às alterações climáticas e a prevenção e gestão de riscos, no qual se inclui a Prioridade de Investimento -“Promoção de investimentos para abordar riscos específicos, assegurar a capacidade de resistência às catástrofes e desenvolver sistemas de gestão de catástrofes”. No âmbito desta prioridade destaca-se o Objetivo Específico -Proteção do Litoral e das suas populações face a riscos, especialmente de erosão costeira”.