“Felicito Portugal por desenvolver um amplo quadro de políticas com medidas robustas para alcançar reduções de emissões”. A declaração é de Fatih Birol, diretor executivo da Agência Internacional de Energia (AIE), que analisou de forma positiva os diferentes aspetos da política ambiental portuguesa.
Foi esta quinta-feira, dia 7 de julho, que a Agência Internacional de Energia (IEA, sigla em inglês) promoveu um webinar sobre as políticas ambientais que têm sido adotadas em Portugal. A sessão que contou também o ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, teve como objetivo dar a conhecer as conclusões do relatório “Energy Policy Review – Portugal 2021”.
Apesar dos desafios que Portugal enfrenta em matérias climáticas, o relatório de revisão da IEA felicita o esforço do Governo no combate aos mesmos. Os leilões para projetos de energias renovável, que permitirão triplicar a capacidade solar fotovoltaica de Portugal, a redução da procura de petróleo e emissões associadas, através da descarbonização dos transportes, bem como o tratamento fiscal favorável aos veículos elétricos e apoio à infraestrutura de carregamento são medidas fundamentais para atingir a neutralidade carbónica, segundo o relatório, partilhado no site da organização.
Ao mesmo tempo, lê-se na mesma nota, Portugal está também a dar um passo importante no sentido de reduzir as emissões e reduzir a dependência da importação de energia, eliminando gradualmente a produção de eletricidade a carvão em 2021.
Também o facto de o hidrogénio ter um destaque no rumo à neutralidade carbónica é evidenciado no relatório: “A Estratégia Nacional do Hidrogénio estabelece como meta que o hidrogénio produzido a partir de energias renováveis cubra 1,5 -2% da procura energética de Portugal até 2030, com utilização na indústria, transporte marítimo nacional, transporte rodoviário e injeção na rede de gás natural e potencial exportação”.
“Portugal foi um dos primeiros países do mundo a definir uma meta de neutralidade carbónica até 2050 e o Roteiro para a Neutralidade de Carbono mostra um forte compromisso em eletrificar a economia e em garantir uma transição energética segura e acessível”, disse Fatih Birol, constatando que, comparando com outros países europeus, o país é um “bom exemplo”, estando a liderar nestas matérias.
Como nota conclusiva, o diretor executivo da IEA assegura que é do interesse da Agência “apoiar o Governo português no trabalho de transição justa e inclusiva para uma economia neutra em carbono”.
A IEA coordena com regularidade revisões por pares das políticas de energia dos países membros. Este processo visar apoiar o desenvolvimento de políticas na área da energia, incentivando à partilha de melhores práticas e experiências para ajudar a impulsionar transições energéticas seguras e acessíveis.