A partir desta quarta-feira, 16 de fevereiro, a ADENE (Agência para a Energia) passa a assumir a presidência da Rede Europeia de Energia – EnR – European Energy Network. Durante esta presidência, reforçar o papel de Portugal junto do seus parceiros europeus é o objetivo número um da ADENE.
“Ambição” é a palavra-chave desta presidência que pretende dinamizar cinco áreas temáticas assentes em três eixos transversais: “Juventude, Território e Digitalização e que sirvam de suporte a todos os projetos desenvolvidos no âmbito da rede EnR”, lê-se numa nota partilhada pela Agência para a Energia.
Sendo 2022, o Ano Europeu da Juventude, é importante, para a ADENE, envolver os mais jovens na temática da energia, desafiando-os a proporem ideias sobre as políticas europeias de energia.
A digitalização surge como eixo porque é essencial na construção de um futuro mais verde, mais inclusivo e democrático: “A digitalização permite analisar cada etapa da cadeia de valor da energia, desde a produção, à transmissão e distribuição, bem como ao uso e consumo de energia”, lê-se numa nota partilhada pela ADENE.
Finalmente, a descarbonização da economia tem fortes impactos no território: “Nesta Presidência vamos alertar para as boas práticas ambientais, maximizando a performance energética com o mínimo impacto no planeta”.
Nos temas escolhidos pela ADENE para esta presidência, é obrigatório trazer para o debate europeu o nexus água/energia. “É um tema essencial na construção e reabilitação de edifícios e, por isso, pretendemos alargar a discussão propondo a criação de um novo Grupo de Trabalho e o lançamento de um estudo alargado no seio da rede EnR”.
Tão importante para a ADENE é sensibilizar toda a comunidade para a pobreza energética que, na União Europeia, atinge 54 milhões de pessoas: “Vamos propor a realização de um estudo sobre o estado da pobreza energética nos países dos membros da EnR, identificando formas de a combater”.
O desenvolvimento das Comunidades de Energia Renováveis é outra das temáticas que esta presidência quer ver discutida e, por isso, a Agência para a Energia vai avançar com a proposta de criação de um Catálogo de melhores práticas de modo a capacitar os atores envolvidos e consciencializar os consumidores.
Um dos temas mais abordados junto das instâncias europeias é a criação dos chamados empregos verdes (Green Jobs), e por isso a ADENE, em conjunto com os membros da rede, pretende desenvolver um estudo sobre as novas oportunidades e desafios de empregos verdes que contribuam para uma transição climática justa.
Por último, a cooperação com novas parcerias no contexto da Estratégia União Europeia-África será tema obrigatório nas discussões dos nossos parceiros europeus. A Presidência da ADENE tem já prevista a realização de um uma reunião de alto nível sobre financiamento e cooperação UE-África, em Bruxelas, no decorrer do Africa Energy Forum.