Já não é de agora que a sustentabilidade tem ocupado um lugar cimeiro nos Açores. A qualidade ambiental e os recursos naturais são um património que importa preservar e potenciar enquanto imagem de marca da Região. A Ambiente Magazine foi ao encontro de Alonso Teixeira Miguel, secretário regional do Ambiente e Alterações Climáticas, que partilhou quais as prioridades da região.
Todos os esforços para garantir uma “estratégia sólida” de promoção de “um maior equilíbrio entre o desenvolvimento social e económico, a conservação da natureza e a proteção da qualidade ambiental” têm sido aplicados, estando a ser implementados os “Planos de Gestão das Áreas Terrestres dos Parques Naturais de todas as ilhas” e a ser feita a “revisão de vários instrumentos de gestão territorial e de ordenamento do território”, adianta o responsável. Tal como previsto no Acordo de Paris, a prioridade da região é “reduzir ativamente os níveis de emissão de gases com efeito de estufa para atmosfera”, com o objetivo de alcançar a neutralidade carbónica até 2050. Para isso, será fundamental “acelerar o processo de transição energética”, alcançando a “autossuficiência energética das ilhas” e disponibilizando “energia mais limpa e de menor custo às famílias e agentes económicos”. Para além destes investimentos, o responsável destaca que será também “redefinida a estratégia para a eficiência energética no setor público”, reforçando a “aposta na microprodução de energia renovável e na mobilidade elétrica” com novos incentivos às famílias e empresas. A isto, acresce ainda um conjunto de “projetos de conservação da natureza” e de “preservação da biodiversidade”, que visam a “conversão de pastagem em floresta e a recuperação de turfeiras”.
Os efeitos das alterações climáticas são o grande desafio do arquipélago, pelo que a Região tem de estar na “linha da frente” na mitigação e adaptação, atendendo à “acrescida vulnerabilidade” perante os efeitos do fenómeno que “já se têm feito sentir de forma evidente, como determinados fenómenos climatéricos extremos relacionados, por exemplo, com a atividade ciclónica, períodos de precipitação intensa e períodos de seca prolongada. A Região tem de se preparar para esta inevitável realidade o mais rapidamente possível”, sustenta.
Tal como as empresas têm demonstrado, uma maior preocupação ambiental, também a sociedade tem uma maior consciencialização, gerando “um aumento da procura por produtos mais amigos do ambiente e por serviços mais eficientes, dinamizando o mercado”. Isto é justificado pelo “papel importante” do Governo que, enquanto “regulador” e “promotor”, aposta em políticas que promovam medidas concretas de estímulo a boas práticas ambientais.
Alonso Teixeira Miguel não tem dúvidas de que o futuro passará pela continuidade da estratégia de desenvolvimento sustentável definida, preparando a Região para os “novos cenários de alterações climáticas. Estamos cientes do muito que ainda há por fazer”.