O acidente que ontem ocorreu na central nuclear de Flamanville, em França, “sem libertação de material radioativo”, segundo as autoridades francesas, poderá vir a dar força a Portugal no diferendo com Espanha por causa do novo armazém de resíduos na central de Almaraz, diz o Diário de Notícias.
Essa é a expectativa dos ambientalistas portugueses e espanhóis do Movimento Ibérico Antinuclear (MIA) até porque as duas centrais são exatamente do mesmo tipo. Ambas têm dois reatores de água pressurizada e começaram a operar na mesma década – Almaraz iniciou a operação em 1981 e Flamanville em 1986.
O acidente na central de Flamanville, perto de Cherburgo, aconteceu por volta das 09H40 locais, menos uma hora em Portugal, quando se produziu uma “detonação” num ventilador da casa das máquinas do reator número um, que causou um incêndio, prontamente debelado pelo pessoal, de acordo com a EDF, empresa francesa de eletricidade. A empresa ainda não classificou o acidente quanto à sua gravidade mas garante que “não houve consequências para as instalações, as pessoas e o ambiente”, nem qualquer contaminação radioativa.
O acidente relança no entanto o debate sobre a segurança das centrais nucleares, tanto mais que muitas delas estão a atingir o limite de vida útil na Europa.