Na semana em que Lisboa é palco da Conferência das Nações Unidas dedicada aos Oceanos, representantes do Fundo Global para Recifes de Coral (GFCR) vão estar esta quarta-feira, 28 de junho, a bordo do barco VO65 da Fundação Mirpuri “Racing for the Planet”, numa ação destinada a sensibilizar e alertar para a crise urgente que os recifes de coral enfrentam.
Nesta iniciativa, estarão reunidos representantes ao mais alto nível das Nações Unidas, representantes governamentais, bem como defensores dos oceanos, que vão partir no local onde se realiza a Conferência dos Oceanos das Nações Unidas.
O evento a bordo do “Racing for the Planet” faz parte do trabalho desenvolvido pelo GFCR e que tem como objetivo reunir a sua crescente coligação de Estados Membros, agências das Nações Unidas, filantropos privados, investidores, organizações ambientais, bem como peritos em conservação dos oceanos e clima, para alargar os esforços multi-sectoriais centrados em salvar os recifes de coral em extinção.
Entre os convidados estarão Melissa Wright, que lidera a Vibrant Oceans Initiative na fundação Bloomberg Philanthropies, o Ministro Vaughn P. Miller, Ministro do Ambiente e Recursos Naturais no arquipélago das Bahamas, Preeti Sinha, Secretária Executiva do Fundo de Desenvolvimento de Capital das Nações Unidas (UNCDF), e Usha Rao-Monari, Subsecretário-Geral das Nações Unidas e Administrador Associado do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Como uma iniciativa global líder focada em salvar recifes de coral e o maior veículo de financiamento combinado dedicado ao 14º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (Life Below Water), o GFCR tem um papel central na sensibilização e ação para os recifes de coral a nível mundial.
O veleiro da Fundação MJirpuri VO65 ‘Racing for the Planet’ onde decorre a iniciativa, foi adaptado de acordo com soluções sustentáveis, tendo sido adotadas medidas como a “eliminação de todos os artigos de plástico de uso único, medidas para limitar a poluição atmosférica, a reciclagem de velas usadas para usos alternativos, entre outras alterações”. Todas estas medidas fazem parte do compromisso da Fundação Mirpuri para promover o “movimento global contra a poluição dos oceanos, particularmente prejudicial para os ecossistemas de recifes de coral”, lê-se num comunicado.
A Fundação lembra que os recifes de coral não são apenas valiosos, são vitais. “Um dos ecossistemas com maior biodiversidade do mundo, o valor dos serviços do ecossistema é estimado em 2,7 mil milhões de dólares americanos anuais, proporcionando necessidades tão críticas como a proteção costeira, segurança alimentar e rendimentos a mais de mil milhões de pessoas a nível global, ao mesmo tempo que se estima que 25% da vida marinha da Terra seja suportada”.
No entanto, os recifes de coral estão a avançar mais rapidamente para a “extinção” do que qualquer outro ecossistema na Terra. Segundo a GFCR, estima-se que “mais de metade dos recifes de coral do mundo já tenham desaparecido devido às alterações climáticas e a uma diversidade de ameaças locais”, tais como a “pesca excessiva, o plástico, a poluição das águas residuais e as práticas agrícolas insustentáveis”. Prevê-se que “se não forem tomadas medidas urgentes, os restantes recifes de coral do mundo ficarão extintos nos próximos 30 anos”, alerta a Fundação.